Regime chavista pode estar ameaçado

Data: 01 de março de 2015

Fonte: O Popular

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O destino do governo de Nicolás Maduro está em aberto. Com a crise econômica e o barril do petróleo custando US$ 50, a metade do que custava em junho de 2014, a tendência é de que a crise política se intensifique, com a oposição mirando a queda do presidente venezuelano.

De acordo com o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Matheus Pfrimer, é bem provável que o regime chavista chegue ao fim nos próximos anos. “Se será antes ou no final do mandato de Maduro, não se sabe ainda. Mas o fato é que a luta contra os opositores, do jeito que está, leva a mais impopularidade e a um declínio fatal”, diz.

A análise de Pfrimer não passa apenas pela crise econômica e pela queda vertiginosa da popularidade de Maduro, mas também por uma questão muto mais grave internamente: o racha que ocorre não mui silenciosamente dentro do grupo herdeiro de Hugo Chávez. “O apoio das Forças Armadas já não é tanto. Além disso, a esquerda na América do Sul também não dá o mesmo apoio que dava na época de Chávez”, diz.

Enquanto isso, Maduro parece perpetuar seu poder com pequenos truques possibilitados tanto pela Constituição quanto pelo apoio que ainda tem no Congresso e na corte do país. Em novembro de 2013, ele começou a governar com base na Lei Habilitante, assegurada pelo artigo 203 da Constituição venezuelana, que lhe dava poderes para legislar por decreto em um período de 12 meses.

A morte de Kluyberth Roa, de 14 anos, com um tiro na cabeça dispardo por um policial San Cristóbal, durante uma manifestação de estudantes, se deu semanas após o governo autorizar as forças de segurança a usar armas de fogo contra protestos violentos. Maduro condenou a violência, mas a oposição vem usando essa falhas na segurança mantida pelo governo como arma contra o chavismo.

No dia do crime, o estudante Hasler Iglesias, presidente da Federação dos Centros Universitários, acusou o governo de Maduro: “Não queriam a resolução para usar armas? Pois agora têm seu primeiro morto.” A disputa de poder na Venezuela gira sobretudo em torno da disputa pelo privilégio do dinheiro do petróleo, que neste momento está ladeira abaixo tanto quanto o país de Hugo Chávez. (GGP)

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