Todo poder aos antioxidantes

O poder dos antioxidantes presentes em alimentos como frutas, leguminosos e folhosos verdes pode prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como o diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.

A nutricionista Sulanne Carvalho Oliveira explica que os antioxidantes protegem o organismo da ação prejudicial dos radicais livres. Sendo que alguns antioxidantes são produzidos por nosso próprio organismo e outros – como as vitaminas C, E e o beta-caroteno – são ingeridos.

“Os antioxidantes são capazes de impedir o ataque dos radicais livres, evitando a formação de lesões em nossas células, eles ainda podem reparar as lesões causadas pelos radicais removendo os danos e reconstituindo as células danificadas”, diz Sulanne.

Mas, afinal o que são radicais livres? Os chamados radicais livres, define a especialista, são moléculas que ficam “soltas” em nosso organismo, o que acaba levando essa molécula a entrar em nossas células, causando a oxidação da mesma.

“Os radicais livres lesionam ou até matam nossas células. Essas lesões podem levar ao envelhecimento precoce e até mesmo a várias doenças como cardiopatias, aterosclerose, diabetes e até mesmo o câncer”. E são os antioxidantes que têm a capacidade de “doar” hidrogênios a um radical livre fazendo com que este seja neutralizado e estabilizado.

Doutora em Ciências dos Alimentos–Nutrição Experimental pela Universidade de São Paulo (USP) e professora da Universidade Federal do Estado de Goiás (UFG), Patrícia Borges Botelho observa que o estresse oxidativo a que as células do corpo humano estão expostas, tanto por excesso de produção de radicais livres ou deficiência de antioxidantes, para combater estes, em nosso organismo é uma condição que tem sido associada ao desenvolvimento dessas doenças.

CONSENSO

No entanto, ela adverte que, apesar de haver estudos que associam o desenvolvimento dessas doenças a falta de antioxidantes em nosso organismo, não existe um consenso na literatura, de que os antioxidantes são capazes de reduzir o estresse oxidativo.

“Não há um consenso na literatura, pois a ação desses compostos sofre influência da dose, da presença ou não de metais e outros fatores. Além disso, a concentração de antioxidantes em um alimento varia em função da época de colheita e maturação do vegetal, local de plantio, clima, estocagem, transporte, variedade da espécie vegetal e da técnica analítica empregada na quantificação destes teores nos alimentos”, esclarece.

Consumo deve estar relacionado à dieta equilibrada

Patrícia Borges informa que dentre os antioxidantes aprovados pela Anvisa com alegação de propriedade funcional e de saúde estão o licopeno presente no tomate, e a luteína e zeaxantina que são encontradas predominantemente nos vegetais amarelos, alaranjados, e verdes; tais como nectarina, laranja, mamão, pêssego, brócolis, couve de bruxelas, repolho, couve-flor, ervilha, milho, rúcula, dentre outros. “É importante ressaltar que o consumo dos alimentos, que contêm antioxidantes, deve sempre estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”, adverte.

Doutora em ciências dos alimentos pela USP e professora da UFG Patrícia juntamente com um grupo de pesquisa está avaliando a influência de diferentes doses de polifenóis provenientes da folha de beterraba orgânica, um alimento, de acordo com ela, que na maior parte das vezes é descartado, sobre a capacidade antioxidante do organismo e a hipetrigliciridemia pós-prandial, um fator de risco para as doenças cardiovasculares. “Estamos avaliando também o efeito do chá verde no estresse oxidativo em pacientes com síndrome metabólica. Em breve, os resultados dessas duas pesquisas serão divulgados”, menciona.

A nutricionista Sulanne Carvalho Oliveira expõe que a amora tem alta concentração de polifenois e vitamina C. Diz que uma porção de amora (100g) possui de 8 a 27 mg de polifenois e 13 mg de catequinas, sendo ótimos aliados contra o envelhecimento celular. “As amoras oferecem muito mais elas possuem um composto chamado 4-4-hidroxifenilbutano, que tem estrutura química semelhante ao da capsaicina e sinefrina, ambos adjuvantes no processo de diminuição do percentual de gordura corporal”. Ela reconhece, que apesar destes benefícios não estarem 100% comprovado, estudos indicam que esse composto pode sim trazê-lo ao nosso organismo.

Finaliza pontuando que os alimentos ricos em antioxidantes mostram que uma dieta variada é importante para a manutenção da saúde do nosso organismo. “É importante lembrar que é sempre bom consultar um nutricionista para uma indicação correta da quantidade necessária de antioxidantes para cada individuo e que os alimentos podem ser utilizados como auxiliadores na prevenção e tratamento de várias doenças e não podem ser substitutos de medicamentos e outros tratamentos indicados por um médico”, conclui.