UFG pode sofrer corte de até 30% no orçamento

Data: 02 de março de 2015

Fonte: Educacionista 

1/3/2015
JORNAL O HOJE – GO

Ainda não foi votado pelo Congresso Nacional, mas se for aprovado, um corte de 30% das verbas destinadas à educação, seriam R$ 27 milhões de reais a menos no dinheiro que chega à Universidade Federal de Goiás (UFG).

Segundo o reitor, o professor Orlando Afonso Valle do Amaral, cerca de 80% do orçamento é destinado para pagamento de salários, enquanto que os recursos para manutenção, custeio e capital da Universidade, chegam ao montante de R$ 90 milhões.

Existe previsão de corte orçamentário, mas não se sabe ainda de quanto será. “Pode ser até 30%, mas os recursos da UFG vieram em um montante menor do que o que estava previsto no orçamento. Ao invés de recebermos 1/12 avos, recebemos 1,18 avos”. Ele explica que isso não quer dizer que o corte prevaleça para 2015, mas pode ser que sim. “Ainda não está confirmado”.

O reitor revela que os reitores da Andifes estão em contato com o Ministério da Educação (MEC) para tentar preservar as instituições deste corte. “Temos a promessa do Secretário Executivo do MEC de que o impacto sobre as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) seja menor”.

Áreas afetadas Questionado se há alguma obra parada em decorrência da redução de dinheiro em 2014, o reitor disse que não. “Não iniciamos obras novas e as que estavam em andamento não foram afetadas em razão da redução de recursos”.

Uma área que pode ser comprometida é a dos serviços terceirizados, de acordo com o professor Orlando, que é onde existe uma tentativa de reduzir custos e despesas.

“Nesse setor, temos colaboradores na vigilância, na limpeza, na manutenção e outros serviços nos quais não temos servidores efetivos”.

Segundo ele, as despesas são muito altas, em torno de 60% do orçamento de custeio e o objetivo é adequar esses contratos aos recursos disponíveis.

“Por isso, até aconteceram alguns atrasos que estão sendo corrigidos a fim de evitar paralisação do serviço”. A redução pode significar que muitas pessoas ficarão desempregadas, já que é preciso ajustar o orçamento às despesas.

A respeito do comprometimento de trabalhos de pesquisa em unidades da instituição, como o Hospital das Clínicas (HC), por exemplo, o reitor explica que não acontecerá porque o orçamento do HC é à parte. “O hospital é, basicamente, bancado por meio dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo programa REHUF – Reestruturação dos Hospitais Universitários”.

greve Para o presidente da Associação dos Docentes da UFG (Adufg), Flávio Alves da Silva, a situação é preocupante.

“O problema é que o governo mudou a forma de remessa de recursos que, antes era semanal e agora é mensal, e isso traz prejuízos à universidade”.

Ele revela que, no dia 19 de março, haverá uma reunião com o ministro do planejamento para colocar as reivindicações dos professores em discussão.

“A expectativa é ruim, porque o governo já afirmou que precisa economizar ao máximo para cobrir rombos de anos anteriores”. Silva revela que, após a reunião avaliativa do encontro com o ministro, os professores irão decidir se entrarão em greve ou não. “As chances de uma greve na UFG em maio ou junho deste ano, não estão descartadas”, alerta.

O coordenador administrativo e financeiro do Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Ensino Superior (Sint-Ifes), Paulo Guerra, afirma que os servidores da UFG também podem entrar em greve. Ele explica que termina em março o acordo com governo federal, relativo à última parcela do reajuste salarial firmado em 2012 e valendo até 2015, e não há nada acordado ainda para 2016. “Não podemos deixar para discutir com o governo federal em 2016, porque a proposta orçamentária vai para o senado até o final de junho. Se não for encaminhado agora, para garantir o aumento para 2016, então os servidores podem entrar em greve”.

professores e servidores da instituição não descartam greve caso redução seja aprovada Móveis velhos e falta de equipamentos de uso doméstico são alguns dos motivos pelos quais moradores da Casa do Estudante Universitário Cinco, situada no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG) protestaram na tarde da última sexta-feira.

Segundo o estudante de Letras Pedro Moreira, a moradia estudantil não é uma prioridade. “Somos 150 moradores e faltam condições dignas para que nos dediquemos com afinco aos nossos estudos”. Ele disse que o projeto da Casa do Estudante previa estacionamento, espaço de convivência e lavanderia e nada foi entregue da forma como estava previsto. “Só há pouco tempo, a lavanderia foi finalizada”. Ele acredita que, mesmo com verba pequena, esses problemas sejam resolvidos o mais breve possível.

A respeito da redução nas verbas para a UFG, Pedro explica que a informação é de que haveria um aumento no repasse de recursos para a educação. “Imaginamos que com o valor que já era determinado para a instituição, será possível manter os programas que já existem na universidade”.

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