Apaixonada pela arte, Leila reconsiderou os desejos do passado

Data: 31/05/2015

Fonte/Veículo: Diário da Manhã

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Mantovani Fernandes
“Com o passar do tempo você vai querendo outra coisa para a vida, outros ideais e formas diferentes de realização”

Leila Magre, 50, teve contato com a arte ainda quando criança e morava na cidade de Goiás. Ali ela conviveu com artesanato, trabalhos manuais, poesias e diferentes movimentos artísticos. Aos 16 anos, entrou para a faculdade de medicina na Universidade Federal de Goiás (UFG). Foi quando o desejo pela arte foi deixado de lado.

Na faculdade ainda estudou música durante um ano, mas não foi possível conciliar devido a atenção que o curso de medicina exigia. Seguiu carreira na pediatria e se dedicou à profissão por mais de 20 anos. Porém, com o passar do tempo se cansou da rotina e sentiu a necessidade de rever o desejo que ficou para trás.

“A bagagem cultural que recebi quando criança foi fundamental para a motivação em mudar o rumo da carreira profissional. Os valores agregados na minha infância influenciaram na decisão. Além disso, a medicina e a arte têm muito em comum, principalmente nas questões de lidar com o ser humano e a sensibilidade. De alguma forma são áreas que estão ligadas.”

Dessa maneira, Leila abandonou o consultório e decidiu estudar Artes Visuais – habilitação em Design Gráfico na UFG, em 2005. Depois se especializou em Fashion Design pelo Instituto Europeu Design. Nesse período de tempo não deixou a medicina totalmente de lado, pois prestava assessoria científica para uma empresa de indústria farmacêutica.

Apoio

Leila conta que não enfrentou dificuldades para retornar à faculdade mesmo depois de tanto tempo. No curso de Design Gráfico ela encontrou colegas que estavam buscando novas oportunidades e já tinham feito carreiras em outras áreas, e que também buscavam na arte outra satisfação pessoal.

Nessa mudança completa na vida profissional, ela contou com o apoio do seu marido, o publicitário Pedro Machado. “Ele foi a pessoa mais importante nessa caminhada. Sem o apoio dele não teria conseguido realizar esse sonho.”

Mas nem todos enxergaram dessa forma. Leila afirma que foi difícil as pessoas aceitarem a sua opção. Amigos e familiares questionaram a escolha, perguntaram se ela estava bem psicologicamente, pois acreditavam que ninguém poderia abandonar uma carreira na medicina para ir atrás de arte.

“Enfrentei muito preconceito. Mas houve pessoas que me encorajaram também. Foi uma necessidade de mudar, e a vida é feita disso. Não me arrependo de nenhuma decisão, vivi tudo de forma plena e intensa. Enxergo tudo como forma de um processo e sou, como pessoa, o resultado dessas escolhas. Tudo aconteceu no momento certo”, afirma.

Donna Maria

Em fevereiro desse ano, Leila criou a marca Donna Maria, de acessórios handmade, cujo nome é uma homenagem à avó e sua tia que a ensinaram a fazer crochê e chamavam Maria. A marca surgiu durante brincadeiras com amigos e não visava ser um projeto comercial.

“Gosto muito de trabalhos manuais. Comecei a fazer as peças porque amigas me pediam. Mas, devido à grande procura, se tornou comercial. As pessoas me procuram e querem algo que combine com o seu estilo e que seja pessoal. Por isso, são peças exclusivas.”

Atualmente, lojas de shoppings comercializam os produtos da Donna Maria. “A arte é uma forma de vida e o manifesto de tudo o que o artista vive. Estou finalizando o mosaico do quebra cabeça da minha vida e colocando os pés em algo pelo qual sou apaixonada.”

Leila Magre
50 anos
Profissão anterior:Pediatra
Formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
Profissão atual:Designer
Formada em Artes Visuais em habilitação em Design Gráfico na UFG e depois se especializou em Fashion Design pelo Instituto Europeu Design. 

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