10 boas notícias no ano de 2016

Data da notícia: 30 de dezembro de 2016

Fonte/Veículo: 

Link direto da notícia: http://ohoje.com/noticia/cultura/n/127766/t/nao-foi-tao-ruim-assim 

 Por ELISAMA XIMENES

Apesar das más notícias, o Hoje listou 10 ítens que provam que existiram, sim, boas novas em 2016

No futuro, quando alguém mencionar o ano de 2016, provavelmente, a reação será uma coçada de cabeça seguida por alguma reclamação sobre como ele foi ruim. Mas, apesar da maioria de maus acontecimentos desses 365 dias, ainda houve coisas para se alegrar neste ano. Sim, tiveram boas notícias e, depois de buscar um pouco na memória, o Essência reuniu algumas delas para que você não saia deste ano só com as notícias ruins e siga para 2017 com uma decepção menor. Afinal, o que houve de bom não foi apenas bom, foi maravilhoso.

 

Reconhecimento

A goiana Celina Turchi, especialista em doenças infecciosas da Fiocruz em Pernambuco, foi considerada uma das 10 cientistas mais importantes de 2016 pela revista britânica Nature. A cientista ganhou o reconhecimento por ter descoberto a relação entre a microcefalia e o vírus da zika. Com a descoberta, fruto de pesquisas de Celina, ela conseguiu possibilitar que uma das piores notícias de 2016 ganhasse bons rumos, até que os surtos diminuíram no País. Celina Maria Turchi Martelli é professora aposentada da Universidade Federal de Goiás (UFG) e trabalha no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, na coordenação do estudo que avalia os fatores de risco de microcefalia pela infecção do vírus Zika.

Nobel

Bob Dylan foi o protagonista de uma polêmica na premiação do Nobel de Literatura deste ano. Inesperadamente, um compositor conquistou o título, que, de acordo com Alfred Nobel, é atribuído a um autor que tenha produzido, por meio da literatura, um trabalho com uma direção ideal em toda a vida. Aos 75 anos, um dos maiores nomes da música do século 20, então, alçou ao prêmio. Apesar de soar estranho a nomeação de um músico, o nome dele já era cogitado há anos e 2016 foi o escolhido para marcar sua titulação. Além de ser novidade no mundo do nobel literário, também é gratificante ver a literatura abraçar de vez a música neste ano, ainda mais tendo sido por meio de Bob, que também é poeta e tem livros publicados.

Miss Brasil

Depois de 30 anos, o País elege sua segunda Miss Brasil negra em toda a história do concurso nacional. Raíssa Santana é o nome da paranaense que conquistou o reconhecimento. Ao contrário do que os generalistas do “ah, mas que diferença faz ela ser negra” pensam, Raíssa orgulha-se do título e celebra como conquista de luta o fato quase inédito. Para ela, isso mostra para outras mulheres negras que elas também são capazes. Se isso não é uma boa notícia, então nem sei mais. 

Recordes

Por falar em conquista, a paralimpíada deste ano, competição invisibilizada pela mídia hegemônica, mostrou que os brasileiros que competem nela estão além da marginalização, tanto que bateram 11 recordes na edição 2016. Os nove atletas estabeleceram marcas paralímpicas e mundiais. Foram duas quebras de recordes no arremesso de peso, mais cinco no atletismo, duas no salto em distância e outras duas no revezamento e arremesso de disco. 

Ouro

O esporte trouxe outra das grandes alegrias nacionais do ano: o ouro da judoca Rafaela Silva. Aliás, convenhamos que a Olimpíada, como todo, foi uma das melhores coisas que aconteceram neste ano. Apesar da vibração do País com a conquista de Rafaela, quatro anos antes, quando perdeu uma luta e foi desclassificada em Londres, esse mesmo Brasil foi racista com Rafaela. Então, 2016 foi o ano da reviravolta para a carioca, que mostrou que o ouro é dela e de todas as pessoas que já foram vítimas de racismo no País. O choro dela com a vitória tanto comoveu como nos ensinou mais uma lição.

Molejo

Todos hão de concordar que o hiato de seis anos do grupo Molejo foi uma cilada para a música brasileira. Então, neste ano, o grupo voltou à ativa lançando um novo álbum. O retorno foi motivado pela bênção hipster que receberam depois do lançamento da música Perfect Ilusion de Lady Gaga. Nas redes sociais, choviam comparações do hit estadunidense com a música Cilada dos pagodeiros. O grupo entrou na onda e, hoje, cantam um pedaço do refrão de Gaga depois de declamarem que “não era amor, era cilada”. O próprio vocalista, Anderson Leonardo, confessou que o meme foi impulsionador para o lançamento do álbum Molejo Club. 

Leia Mulheres

Apesar de Carrie Fisher ser uma das perdas deste ano, antes de morrer deixou, como herança, a autobiografia Memórias da Princesa: os Diários de Carrie Fisher, lançada neste ano. Assim, a atriz deixa um legado que vai além de seu papel como Princesa Leia na saga Star Wars, que, mesmo sendo seu maior sucesso, não é e nem representa tudo o que Carrie foi. No Brasil, Rita Lee também escolheu 2016 para publicar uma autobiografia. A ovelha negra da família narra as histórias boas e más de sua vida no livro que tem uma foto do seu RG na capa. Em Goiânia, o projeto Leia Mulheres se estabeleceu em 2016 e trouxe à tona o importante debate sobre o espeço que a sociedade dá aos livros escritos por mulheres. 

Boogarins e Carne Doce

Este também foi o ano das bandas goianas. O Boogarins concorreu ao Grammy da música ibero-americana na categoria Melhor Álbum De Rock Em Língua Portuguesa com Manual, segundo disco da carreira do grupo de rock psicodélico. Outro álbum goiano que marcou 2016 foi o Princesa, da banda Carne Doce, lançado em agosto deste ano. O segundo disco da banda, também, psicodélica é forte e traz temas como a emancipação da mulher e o aborto nas letras da vocalista e compositora Salma Jô. 

Oscar

Com O Regresso, Leonardo Di Caprio conquistou, finalmente, o Oscar de Melhor Ator. No filme, ele é Hugh Glass, um explorador abandonado pelos amigos após ser atacado por um urso nos Estados Unidos de 1820, que busca por vingança. Essa foi sua quinta indicação por atuação e a primeira vez que a academia lhe premiou. A torcida, então, era imensa e o ator não decepcionou no discurso ao pegar a estatueta. Ele aproveitou a oportunidade para falar das mudanças climáticas e a necessidade do mundo voltar os olhos para a preservação da natureza, que é uma de suas militâncias. Se 2016 foi ruim, lembre-se que foi neste ano que o mundo mais vibrou com o Oscar mais esperado em 22 anos - quando o ator foi indicado por seu papel de coadjuvante em Gilbert Grape: Aprendiz De Sonhador.

Sertanejas

Quem cantou “que cena mais linda será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí?”, ou pediu para o garçom trocar o DVD ou que era o fim daquele medo bobo não pode ter tido um ano tão ruim assim. Marília Mendonça, Maiara & Maraísa, Nayara Azevedo, Simone & Simaria, Paula Mattos, May & Karen e tantas outras mostraram que 2016 foi o ano das mulheres no sertanejo. Elas não só são as vozes protagonistas, como são eu lírico das canções que mostram o lado delas, que foram, por muito tempo, objetos das músicas cantadas por homens e, inclusive, culpadas pelos erros e acertos deles. As músicas delas dominaram o ranking de músicas mais tocadas nas rádios brasileiras neste ano. Maiara & Maraisa, Naiara Azevedo e Marília Mendonça foram o top três do ranking, que, pela primeira vez, teve só mulheres no pódio dos artistas mais tocados da música sertaneja.