Satélite vai monitorar desmatamento, queimadas e emissões de gases no Cerrado

Data da notícia: 18/04/2017

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O governo federal monitorará por satélite o desmatamento do Cerrado e disponibilizará informações sobre riscos de incêndios florestais e estimativas de emissões de gases do efeito estufa. Coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o projeto tem custo de US$ 9,25 milhões, financiados pelo Banco Mundial, e deve divulgar os primeiros dados em julho deste ano.

Chamado de Prodes Cerrado, em referência ao Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), a iniciativa estabelece a construção de um novo equipamento para atender às características do bioma. O segundo passo é desenvolver o sistema de informação sobre riscos de incêndios florestais e estimativas de emissões de gases do efeito estufa na região.

"Na Amazônia, quando você tem uma área desmatada, imediatamente o satélite reconhece: tinha floresta e agora não tem mais. No Cerrado, a gente não tem essa facilidade. Pode ser uma queimada ou um incêndio, mas é preciso saber se esse incêndio aconteceu por acúmulo de biomassa e ocorreu naturalmente ou foi proposital", explicou o coordenador de Biodiversidade e Ecossistemas do MCTIC, Roque Neto.

Realizado em parceria com as universidades federais de Goiás (UFG) e de Minas Gerais (UFMG), além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o projeto, que Roque Neto classifica como "ambicioso", prevê a reclassificação das características da vegetação do Cerrado pelos pesquisadores durante o monitoramento. Hoje, segundo ele, o IBGE classifica o bioma em 15 tipos, mas o Prodes Cerrado vai reavaliar isso para 27 tipos.

"São muitos tipos de cobertura vegetal, e a gente precisa alargar o entendimento do que seja esse bioma. Então, nosso projeto vem justamente tratar dessas especificidades do Cerrado, para que a gente possa, com precisão, avaliar o desmatamento e os riscos de incêndio e fazer estimativas de emissão de gases", disse.

Para Neto, o Prodes Cerrado vem cobrir uma importante lacuna no monitoramento deste bioma, que não recebeu a devida atenção por causa do esforço institucional para frear o desmatamento da Amazônia. "Uma vez já consolidado o Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite, a gente precisava agora cuidar do segundo maior bioma brasileiro, que tem mais de 2 milhões de quilômetros quadrados. A gente precisava olhar para o que vinha acontecendo dentro dele", apontou.

(Agência ABIPTI, com informações do MCTIC)