Campinas completa 207 anos

- Data da notícia: 08 de julho de 2017

- Veículo/Fonte:O Hoje

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O bairro de Campinas, localizado na zona oeste de Goiânia, tem participação crucial no desenvolvimento da capital de Goiás. Até meados de 1933, Campinas era um município com 123 anos de história e grande extensão de terras.

Ao ser escolhida como o local que abrigaria a nova capital de Goiás [a anterior era a Cidade de Goiás, a 130 km de Goiânia], Campinas, ou Campininha, como alguns preferem, abriu mão da sua autonomia de sede municipal para integrar o projeto de desenvolvimento político e econômico do Estado. O que aconteceu no ano de 1935, quando um decreto criou, oficialmente, o município de Goiânia.

Para celebrar os 207 anos de Campinas, a Universidade Federal de Goiás (UFG) apresenta o Roteiro Memorial Campineiro, um guia de locais a serem visitados por quem se interessa em conhecer a história e as tradições do Setor. Fruto de uma pesquisa da Faculdade de Artes Visuais, o roteiro aponta seis pontos considerados patrimônio pelos moradores. Além disso, o estudo faz uma proposta de intervenção nesses espaços.

Desenvolvida pelo aluno egresso da instituição e hoje arquiteto, Rodolpho Teixeira Furtado, e orientada pela professora Marcelina Gorni, a pesquisa partiu do pressuposto de que o patrimônio de Campinas vai muito além dos prédios: está nas ruas, nas relações e, sobretudo, nas recordações. O estudo chegou à conclusão que seis pontos fazem parte da memória afetiva da chamada Campininha das Flores: Praça Joaquim Lúcio, Praça da Matriz, Estádio Antônio Accioly, Mercado de Campinas, Cine Campinas e Avenida Bahia.

Atualmente, esses locais estão modificados, têm outros nomes ou já nem existem, mas, ainda assim, segundo o arquiteto, “deixaram rastros” e, portanto, merecem ser reconhecidos e visitados. “A ideia do Roteiro Memorial Campineiro é trazer de volta alguns usos perdidos dessas áreas e, ao mesmo tempo, atender desejos e necessidades locais por espaços que aumentem a qualidade de vida e de usos do setor Campinas", explicou. 

Para tanto, o arquiteto elaborou propostas de intervenções nesses pontos que privilegiam a experiência do pedestre, criando condições para que os goianienses possam caminhar pelo bairro, desfrutando das narrativas que acompanham aqueles seis pontos de visitação.

Rodolpho Teixeira Furtado usa o conceito de “acupuntura urbana” para sugerir modificações pontuais em logradouros públicos. Ele definiu a necessidade de abrir espaços públicos, retirando alguns edifícios, limitar estacionamentos, recuperar áreas verdes, criar espaços de permanência, alargar calçadas, estimular a vida noturna e a diversidade de usos de comércio e serviços no Setor, intensificar a iluminação e a sinalização, entre outras medidas. A inspiração do arquiteto vem de projetos de revitalização de áreas públicas desenvolvidos em países como Holanda e Estados Unidos.

Campinas

O arraial de Campinas foi fundado em 1810. Quatorze anos depois, 45 pessoas habitavam o local, vindas de regiões que hoje compõem os municípios de Luziânia, Silvânia, Goiás, além de estados como Minas Gerais e São Paulo. Em 1894, um grupo de padres alemães se instalou no arraial, construindo a Matriz de Campinas, o Colégio Santa Clara e o convento (atualmente, Centro Cultural Gustav Ritter). O território se consolidou como vila em 1907 e como cidade em 1914. 

Na década de 1930, Armando Augusto de Godoy, engenheiro e urbanista, defendeu a região como propícia para abrigar a nova capital do estado de Goiás, entre outros motivos, por estar próxima à linha férrea. Em 1935, a cidade conhecida como “mãe de Goiânia” é aglutinada pela capital e transformada no atual bairro de Campinas.

Fonte: Ascom UFG