O que os museus de Goiânia têm a oferecer para a população
Data: 16 de julho de 2017
Fonte/Veículo: Jornal Opção
Link direto da notícia: http://www.jornalopcao.com.br/reportagens/o-que-os-museus-de-goiania-tem-oferecer-para-populacao-99970/
Beco da Codorna conta com trabalhos de grafiteiros do Brasil e do exterior | Foto: Fernando Leite/ Jornal Opção
Uma alternativa para quem está em Goiânia durante o mês de julho é visitar os museus da capital e adquirir, assim, maior conhecimento sobre a história da cidade e do Estado. Os atrativos não se restringem aos turistas: entender, por exemplo, a importância histórica de Pedro Ludovico Teixeira deveria ser uma obrigação cívica para qualquer goianiense.
A casa onde morou o fundador de Goiânia foi um dos locais percorridos pelo Jornal Opção. Historiadora do Museu Pedro Ludovico Teixeira, Vanessa Claudio Fernandes ressalta seus atrativos. “Realizamos visitas mediadas por guias, sendo um deles neto do próprio Pedro Ludovico. Contamos ainda com um acervo pessoal com documentos originais de 1933 a 1960 e uma biblioteca com livros sobre a história de Goiás e de Brasília.”
Museu Pedro Ludovico Teixeira
Ela conta que algumas ações pontuais, como a reforma do telhado e reparos na reserva técnica, estão previstas para ocorrerem em breve. Vanessa destaca a expectativa com eventos vindouros. “Esse ano o museu completa 30 anos e devemos oferecer algo especial ao público. No mês de outubro, por ser aniversário de Goiânia e do Pedro Ludovico, recebemos mais visitas e, além da Primavera dos Museus — evento nacional realizado em setembro —, a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) está desenvolvendo um projeto de ação educativa para tornar os museus mais interativos, com visitas teatralizadas e palestras antes das visitas.”
Mais antigo de Goiás, o Museu Goiano Professor Zoroastro Artiaga foi fundado em 5 de julho de 1946 pelo próprio estudioso goiano que descobriu e defendeu as riquezas minerais do Estado, tendo sido advogado, jornalista e professor responsável por dar nome a árvores e sementes de Goiás. “Zoroastro quis mostrar à sociedade a importância de nossas riquezas e sempre achou necessário ter um espaço para educar as crianças, fazendo com que elas crescessem no que ele chamava de escola viva”, aponta Neusa Maria de Almeida, diretora do museu, que possui uma exposição permanente com um riquíssimo acervo de folclore, geologia e arqueologia.
O Zoroastro Artiaga, assim como o Museu da Imagem e do Som de Goiânia (MIS), faz parte do Centro Cultural Marieta Telles Machado, construído em 1933 ao estilo art déco, onde hoje funciona parte da estrutura de Seduce. De iniciativa do Governo Estadual, o “Circuito Cultural” é um projeto que visa reformar este complexo na Praça Cívica, trazendo modernidade aos museus e melhorando a experiência dos visitantes. De acordo com Neusa Maria de Almeida, a reforma, que deve ser iniciada em agosto, irá inserir no museu ferramentas eletrônicas, como totens que falam com as pessoas. Um projeto “fantástico”, diz, que será conhecido mundialmente. “Será um marco não só do governador Marconi Perillo, mas também da secretária Raquel Teixeira.”
Museu da Imagem e do Som de Goiânia, na Praça Cívica
A missão do MIS, segundo a diretora Keith Valéria Tito, é preservar e divulgar a memória de Goiás por meio de recursos audiovisuais, como fotografias, discos de vinil e fitas de áudio em diversos formatos, preservando, divulgando e levando a história do Estado para a população. Hoje, as exposições são temporários e duram de quatro a cinco meses. Keith Valéria Tiro ressalta que, com o “Circuito Cultural”, estará disponível um espaço para a realização de uma exposição de longa duração.
Museu de Arte de Goiânia, no Bosque dos Buritis, está com a programação do segundo semestre recheada
Por enquanto, o Museu de Arte de Goiânia (MAG) também trabalha somente com exposições temporárias, mas o diretor Antônio da Mata diz que a pretensão é começar a realizar mostras permanentes a partir do ano que vem. Até lá, o museu está com a programação recheada. Está marcada para o início do mês que vem uma exposição, em parceria com a embaixada da Espanha, da artista espanhola Bia Montoya, em homenagem aos 400 anos do escritor Miguel de Cervantes. Durante a segunda quinzena de setembro e a primeira de outubro, o acervo do MAG estará exposto, sendo sucedido por uma exposição em homenagem a Goiânia.
Museu Antropológico da UFG
O Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFG) é muito frequentado pela comunidade acadêmica, mas possui atrativos para o público em geral. “Boa parte da prática do curso de museologia é ministrada no museu, que serve como um laboratório para os alunos”, conta a diretora Dilamar Cândida Martins. O Museu Antropológico está com uma exposição temporária “Transas do Corpo”, que fala sobre gênero e sexualidade, e outra de longa duração desde 2006 com a temática “Lavras e Louvores”, retratando as atividades de pesquisa desempenhadas dentro do órgão, abordando a formação da sociedade goiana e as características culturais dessa região. Além disso, é realizada na última sexta-feira de cada mês uma sessão de cinema gratuita com um debate que explica o filme e traz para a discussão uma série de problemas presentes na sociedade.
Museu de Arte Contemporânea, no Oscar Niemeyer, passa por reforma e volta a receber exposições em agosto
Localizado no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), o Museu de Arte Contemporânea (MAC) passa neste momento por uma reforma, buscando se adequar às novas normas museológicas e exigências de segurança do Corpo de Bombeiros. “A expectativa é de que, com as intervenções, o MAC possa atender aos mais rigorosos padrões internacionais para museus. Isso irá garantir o cumprimento da nossa agenda já aprovada e pode abrir as portas para recebermos grandes exposições históricas”, salienta Gilmar Camilo, curador do espaço.
Coordenadora do MAC, Márcia Pires enfatiza o acervo de mais de 1,5 mil trabalhos, que são exibidos anualmente em mostras de longa duração. “O MAC também realiza exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais, como Paulo Leminski, em 2013, e Pablo Picasso, em 2007. De quebra, quem vem ao museu ainda pode admirar o belo conjunto arquitetônico concebido por Oscar Niemeyer”, frisa. Uma exposição do artista goiano Juliano Moraes irá marcar, em agosto, a reinauguração do MAC, cuja programação futura prevê uma colossal exposição de Frei Confaloni.
Céu aberto
José Rubens Pereira, diretor do Instituto do Trópico Subúmido, que é conhecido mais pelo Memorial do Cerrado, cita como um dos seus diferencias o fato de ser a céu aberto — há, inclusive, a intenção de colocá-lo legalmente como tal. “Aqui o visitante pode caminhar na imaginação pela busca da memória do povo do século XVIII, das ciências naturais, da vida e da evolução até chegar no Cerrado goiano, passando pelo cultura e formação agrícola e rural do povo da região.