Denúncia é fundamental

Data: 27 de abril de 2015

Fonte: O Popular

Link da matéria: http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/den%C3%BAncia-%C3%A9-fundamental-1.836720 

Delegada diz que vítimas de crimes menos graves devem procurar polícia para evitar situação piorar

 

Casos de violência física, psicológica, patrimonial, sexual e moral são crimes todos previstos na Lei Maria da Penha e devem ser denunciados, orienta a titular da 1ª Delegacia Especializado no Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia, Ana Elisa Gomes. “A denúncia pode inibir outros crimes”, afirma.

Ana Elisa conta que muitas mulheres deixam de denunciar quando são perseguidas, ameaçadas ou torturadas psicologicamente porque o procedimento na delegacia gera transtorno e as respostas não são rápidas. Todavia, para que a agressão seja considerada crime é preciso que as vítimas se disponham a passar por esse processo na expectativa de que, uma vez condenado por um crime menor, o parceiro deixe de praticar um crime maior. A delegada ressalta que existe todo um aparato capaz de proteger essa mulher vitima de violência. “E o passo mais importante é a denúncia.”

Complexidade

Em relações conjugais, de afetividade, a violência é mais difícil de ser percebida, explica a jornalista e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) e integrante do Fórum Goiano de Mulheres, Angelita Lima. O que faz do feminicídio parte de uma sequencia de violência. “É o resultado de uma relação violenta, na qual a mulher já passou por violências psicológica e física.”

Nesses casos, a mulher não consegue sair sozinha da condição de vítima porque deixa de ser sujeita na relação. “A violência se instala quando não existem dois sujeitos autônomos na relação afetiva e a mulher é vitimizada.” Para Angelita, para cessar a violência é preciso retirar a mulher da condição de vítima.

Na opinião da jornalista, a violência contra a mulher ocorre porque o homem se considera dono do corpo da mulher e esse comportamento cultural não está restrito a uma única classe social nem relacionado ao uso de álcool ou drogas. “Para acabar com o feminicídio é preciso romper com os papeis de gênero que persistem na sociedade.”

Divulgação

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