Esclarecimentos quanto à reportagem sobre vacina aplicada na criança Valentina

Data: 09 de maio de 2015

Fonte: Diário da Manhã

Link da matéria: http://www.dm.com.br/opiniao/2015/05/esclarecimentos-quanto-a-reportagem-sobre-vacina-aplicada-na-crianca-valentina.html#

 

Foto:Reprodução

 

 

A respeito do caso divulgado, quinta-feira (7), no jornal Diário da Manhã sobre uma criança que apresentou evento adverso pós-vacinal, venho em nome da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia esclarecer o ocorrido e relatar todo o acompanhamento e assistência dados à criança e sua família.

No dia 28 de abril de 2015, o diretor do Ciams Setor Pedro Ludovico Teixeira entrou em contato comigo informando que uma criança recebeu uma vacina na unidade e havia apresentado um evento adverso pós-vacinal de uma vacina aplicada na região ventro-glútea. Ele me passou o contato da mãe da criança, a senhora Roberta. Entrei em contato com a mãe informando que eu, atualmente coordenadora de Imunização da SMS, e a dra. Ana Luíza Neto Junqueira, professora da Universidade Federal de Goiás, que trabalha com a técnica de aplicação de vacinas e medicamentos na região ventro-glútea, que iríamos na casa dela avaliar a criança imediatamente.

Fomos ao domicílio da senhora Roberta, às 13h30, onde avaliamos a criança Valentina Borges Marques. Verificamos que realmente a vacina foi aplicada em local errado; contudo, a criança estava bem e colocamo-nos à disposição para assistência à criança e à família e informamos que a Secretaria Municipal de Saúde tomaria as devidas providências em relação ao caso, abrindo processo de sindicância. A mãe informou que a criança já estava sendo acompanhada por um pediatra e havia passado por vários médicos. Informamos a mãe que, caso ela achasse necessário, poderia ser acompanhada pela rede pública também.

Desde então, a técnica de enfermagem responsável pela aplicação da vacina está afastada das atividades de vacinação.

No dia seguinte, a mãe entrou em contato comigo informando que o médico da criança havia solicitado um exame (ultrassom abdominal) e uma consulta com um infectologista pediatra. A Secretaria Municipal de Saúde providenciou o exame e a consulta, conforme solicitado pela mãe. O exame foi realizado no mesmo dia na Maternidade Dona Íris e a consulta foi realizada no dia seguinte no Hospital das Clínicas, pela dra. Maly Albuquerque. Acompanhei a consulta juntamente com o Sr. Hugo e a Sra Roberta, pais da criança. Durante a consulta, dra. Maly relatou que o estado geral da criança era bom e que o hematoma poderia regredir, mas que poderia demorar um certo tempo. Pediu aos pais que observassem sinais de gravidade, como vermelhidão em torno da lesão que poderia ser sinal de infecção e realizar outro exame de ultrassom se necessário. Assim entregou aos pais um encaminhamento ao Serviço de Urgência Pediátrica do Hospital das Clínicas (Serupe) para que os mesmos levassem a criança, caso necessário.

No mesmo dia, pouco antes da consulta, conversei com os pais da criança, pedi desculpas pela Secretaria e informei que a técnica que aplicou a vacina já trabalhava na sala de vacinas há alguns anos e que não esperávamos que um erro assim fosse acontecer devido à experiência da servidora. Inclusive a criança Valentina já havia recebido outras vacinas na mesma unidade.

Ressaltei para os pais que todos os dias a unidade vacina dezenas de crianças e que o acontecido foi uma exceção, mas que iríamos investigar os motivos de tal erro e realizar novamente capacitação com todos os profissionais da rede.

Após a consulta informei aos pais que, mediante qualquer alteração com a criança, eles poderiam nos comunicar e que estávamos à disposição para todo o acompanhamento da Valentina. O pai afirmou que iria mover um processo contra a servidora responsável pela aplicação.

Na quinta-feira (30/4), após a consulta com a médica infectologista pediatra, por volta das 17 horas, a senhora Roberta me solicitou um relatório informando que a vacina havia sido aplicada em local errado. Preenchi a Ficha de Notificação/Investigação de Eventos Adversos Pós-Vacinação, modelo padronizado pelo Ministério da Saúde, tanto para eventos decorrentes de qualquer vacina, como também para erros em imunização, e encaminhei para ela por e-mail no mesmo dia, por volta das 20h30.

Posteriormente, liguei para o diretor do Ciams Pedro Ludovico, o sr. Gleidson, informando sobre as condutas tomadas.

Quarta-feira (6), a Assessoria de Comunicação da SMS, me informou que o Diário da Manhã queria falar sobre o caso. Liguei para a mãe para saber se a mesma me autorizava a prestar informações sobre o caso da criança e a mãe afirmou que sim. Retornei a ligação para a Assessoria de Comunicação e autorizei o jornal a me ligar. No mesmo momento, fui convocada a realizar uma vacinação e, portanto, saí da minha sala. Durante a manhã, não havia nenhuma chamada em meu celular institucional, sendo a única chamada não atendida às 12h15, quando estava no meu horário de almoço.

Ressalto que estou respondendo pela Coordenação de Imunização há 3 anos e 11 meses e sempre atendi com muita presteza a imprensa. Sempre que os veículos de comunicação tem interesse eles ligam nos dois números de celulares ou deixam recado no número fixo. Contudo, na quarta-feira (6), não ocorreu isso. Não houve várias tentativas de contato comigo, como afirma o Jornal Diário da Manhã.

Ressalto ainda que a principal função da Secretaria Municipal de Saúde diante dessa situação é atender a família e acompanhar a criança e tudo isso tem sido feito desde o acontecimento do fato.

 

(Grécia Pessoni, coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia)