Direção do CCON e organização do Bananada divergem sobre painel

Data: 18 de maio de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

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Segundo Nasr Chaul, trabalho ficaria ali por 30 dias inicialmente; já Fabrício Nobre afirma que não há um prazo fixo.

18/05/2015 19:56Mantovani Fernandes

Beleza do painel suscitou a hipótese de deixá-lo mais tempo em exposição

Rogério Borges

"O painel dos artistas do Bicicleta Sem Freio, exposto em uma fachada do Oscar Niemeyer, é uma ação do Festival Bananada e o combinado é que a obra ficaria lá por um mês. Depois tudo voltaria a ser como era antes." A informação é de Nasr Chaul, chefe do gabinete de gestão do centro cultural. Muitas pessoas elogiaram a obra colorida concebida pelo duo de artistas plásticos goianos que já expuseram suas obras nos Estados Unidos e Europa, mas houve quem contestasse sua instalação, afirmando que ela fere o projeto original do complexo, concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

Segundo Chaul, a beleza do painel suscitou a hipótese de deixá-lo mais tempo em exposição, talvez até em definitivo. "É uma obra muito bonita e apareceu essa ideia, mas o combinado inicialmente é que o trabalho ficaria ali por 30 dias." Fabrício Nobre, organizador do Bananada, afirma, entretanto, que não há um prazo fixo estipulado para a manutenção do painel. "Ele ficará lá o tempo que a gestão do espaço quiser que ele fique. Se quiserem que fique um mês, ficará um mês. Se quiserem que fique 30 anos, vamos fazer a manutenção para que fique 30 anos. Se quiser que tiremos o painel amanhã, vamos lá e limpamos tudo."

Fabrício diz que a obra, fruto de uma ação do Bananada, é um presente do festival e dos artistas para o centro cultural e acredita que sua permanência deve ser debatida com todos. "Eles precisam decidir que uso querem dar ao centro cultural. Essa ação inclui outro lindo painel, que será instalado em frente ao Centro Cultural UFG, na Praça Universitária." Para Nasr Chaul, a discussão em torno do painel é salutar. "É interessante porque chamou a atenção para a ocupação deste espaço, que é do povo. A alameda, por exemplo, ganhou uma ocupação espontânea, com o pessoal andando de patins e skate. O debate é válido."

Raquel Teixeira, secretária estadual de Educação – pasta à qual o Oscar Niemeyer está ligado –, já se posicionou a favor de um debate sobre se o painel do Bicicleta Sem Freio deve ou não continuaradornando o centro cultural. "Nós já fizemos outras intervenções artísticas no Oscar Niemeyer sem problema algum", lembra Chaul. "Em uma mostra feita no Museu de Arte Contemporânea, o MAC, o artista pintou todo o mezanino do local. Na exposição sobre Paulo Leminsky, nas galerias do subsolo, as paredes ganharam gravuras. Depois tudo foi retirado, sem prejuízo aos espaços", acrescenta ele.