Imersão virtual é aposta

Data: 13 de julho de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

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Empresa goiana inicia uso de sistema que permite visita a apartamento antes de iniciar a construção

13/07/2015 05:00

Benedito Braga

Desenvolvedor Christino Baptista: “As pessoas entram no ambiente e podem sonhar novamente ao ver detalhes porque terão mais informações”

Katherine Alexandria

Do escritório ou de onde estiver é possível entrar em museus na Europa, testar a coragem em passeios por montanhas ou mesmo visitar como será um apartamento antes de iniciar a construção. No ano passado, houve enxurrada de óculos de realidade virtual e as primeiras aplicações já começam a chegar ao mercado para usuário comum e tornam possível imersão em diversos ambientes reais ou não e a qualquer tempo. Em Goiás, empresa aposta em sistema de imersão virtual para o mercado imobiliário.

Um aplicativo é instalado no celular com todo o projeto em 3D do empreendimento e o aparelho é acoplado ao adaptador Beenoculus – óculos brasileiro compatível com diferentes smartphones. O resultado é que o cliente antes de comprar pode visitar a área de lazer, o hall e conhecer cada canto do apartamento além da vista.

Para a construtora a solução ainda pode significar gasto 60 vezes menor do que com decorado, como explica o diretor de produção da Elo 3D e desenvolvedor do software Christino Baptista.

“Após dois anos de desenvolvimento, hoje temos software com versão para comercializar e no Salão do Imóvel 2015 vão usar o sistema pela primeira vez.” A experiência que construtoras começam a proporcionar no Estado é novidade em todo o mundo e um dos primeiros exemplos de aplicações comerciais da realidade virtual, que ganhou impulso por causa dos jogos eletrônicos. O realismo também é aposta para melhorar as vendas do setor e fidelizar clientes.

Acesso

Somente a empresa goiana possui dez clientes que já começam a utilizar o sistema em diferentes Estados do País. “Pode ser replicado para corretores levarem a qualquer lugar já que o hardware é o celular. Para empreendimentos de baixo e alto padrão quem compra quer enxergar seu apartamento.” Com melhor funcionamento para Android o Sistema de Imersão Virtual Elo 3D em desenho 3D possibilita maior acesso e exige menos do celular por isso não permite, por exemplo, caminhar pelo ambiente.

“As pessoas entram no ambiente e podem sonhar novamente ao ver detalhes porque terão mais informações”, aposta Christino ao citar que um dos clientes possui projeto que pode levar até 20 anos para ter a construção finalizada e que a aplicação já ajudou até a melhorar os projetos por possibilitar outra experiência também para engenheiros e arquitetos. O desenvolvedor começou a experiência com óculos mais caros e só agora com opções mais acessíveis, a partir de R$ 100, a ideia finalmente saiu do papel.

Olho no futuro

O professor do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (UFG), Marcelo Quinta, explica que para além dos adaptadores a tecnologia ainda exige investimento para ter conteúdo. É que imagens 360° em três dimensões são feitas com drones, câmeras específicas e até desenhos exigem investimento pesado. “De certa forma foi quebrada a barreira do desenvolvedor, o que ainda precisa é fazer com que a mídia não seja tão cara para fazer, pois exige pessoas especializadas e tempo.”

“As aplicações estão no começo porque o desenvolvimento ficou mais simples e é possível até fazer em casa seus óculos”, afirma ao citar o projeto do Google Cardboard.

Para tratamentos de saúde e projetos de educação infantil os usos começam a se tornar mais comuns também. “Já existe tecnologia para que a câmera do celular possibilite outra experiência em tempo real e o celular seria a extensão de tudo isso”, avalia sobre o que ainda pode surgir e já é trabalhado pelas gigantes da tecnologia.