Mudanças começam em agosto

Data: 25 de julho de 2015

Veículo: O Popular

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Sete unidades passam a ser geridas pela Polícia Militar, que aponta período de adaptação

 

Cristiane Lima

Sete escolas estaduais retomam as aulas em agosto com nova gestão. Foi publicada ontem, com data retroativa ao dia 22 de julho, a lei n° 18.967, que transforma as unidades, antes coordenadas por servidores da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), em colégios militares. O Colégio Estadual João Barbosa Reis, de Aparecida de Goiânia, listado como um dos que deveriam sofrer a mudança, foi vetado. A causa não foi informada. A Polícia Militar (PM) informa que alunos e pais serão informados das mudanças e que haverá tolerância para adaptação.

A mudança foi alvo de protesto por parte de um grupo de pais, alunos e professores na noite de ontem. Contrários à mudança, eles se reuniram na porta do Colégio Estadual Waldemar Mundim, na Vila Itatiaia. A crítica vai desde as taxas cobradas até a preferência por alunos que tenham pais militares, sejam bombeiros ou policiais. Vice-presidente do Fórum Estadual de Educação e ex-diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Miriam Fábia é contra o modelo. “Não vejo nenhum ponto positivo na mudança.”

Para Miriam, a presença da PM nas escolas não é adequada. “Polícia deve cuidar da segurança; professores, da educação.” Ela critica vários pontos, entre eles a cobrança de taxas mensais e de uniformes específicos. “Isso é a privatização do público”, diz. Miriam acrescenta que é um equívoco pensar que uma instituição como a PM pode administrar uma unidade de ensino sem interferir no trabalho pedagógico. “O gestor precisa influenciar em questões como carga horária, trabalho dos professores e disciplina.”

Cada unidade receberá 24 funcionários da PM, que concluíram treinamento ontem. O comandante de ensino da PM, Júlio César Mota, afirma que até o fim deste ano haverá uma tolerância maior nessas escolas com relação ao uniforme e adaptação à metodologia e exigências. Mas a partir de 2016 o modelo deverá ser exatamente igual ao que já é conduzido pela corporação em unidades como Hugo de Carvalho Ramos, no Jardim Goiás.

As escolas precisarão adotar um novo regulamento interno que exige, por exemplo, que os alunos prestem continência a determinados símbolos nacionais e autoridades civis e militares. O uniforme obrigatório das unidades militares custa cerca de 300 reais. Por enquanto, as vestimentas não serão exigidas. Coronel Mota afirma que a corporação busca parceria para doação de uniformes para os alunos carentes. “Sabemos do impacto da mudança. Nada será obrigatório. Os que não quiserem ou não se adequarem, poderão fazer a opção da mudança de unidade.”