Falta de segurança faz parte do dia a dia de universitário

Data: 29 de agosto de 2015

Veículo: O Hoje

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Barulhos de tiros, furtos, roubos, assaltos e muita insegurança. Tudo isso, infelizmente já faz parte da rotina de estudantes universitários da capital

 

Cynthia Costa

Além de trabalhos de faculdade, pesquisas e provas, barulhos de tiros, furtos, roubos , assaltos e muita insegurança têm feito parte da rotina dos estudantes universitários em Goiânia.  O HOJE percorreu as principais regiões onde se concentram instituições de ensino superior na capital e ouviu muita reclamação sobre falta de segurança nessas áreas.

A estudante do curso de Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Jaqueline Vidal, 19 anos, afirma que se sente amedrontada com essa realidade. Mesmo não tendo sido vítima, ainda, de nenhuma prática criminosa, a jovem reclama que a insegurança é sua companheira todos os dias. “Sinto medo na hora de vir e quando vou embora, temo ser abordada por bandidos”, relata. A estudante afirma que as histórias de violência contra estudantes na porta e imediações da faculdade são muito comuns. Jaqueline diz que, nessa semana, uma colega foi roubada em um dia à tarde quando chegava para assistir aulas. Os marginais, segundo a moça, levaram a bolsa e o material escolar da universitária. “Às vezes, o carro de vigilância da universidade passa aqui na rua, mas quase não vemos viaturas da Polícia Militar”.

Outro que revela que ainda não foi assaltado, mas conhece amigos que já tiveram os veículos furtados é o estudante de Engenharia Civil, Wellington José Fernandes Junior, 21 anos. “Meu amigo deixou o carro estacionado na Praça Universitária e, quando voltou, o som tinha sido levado”. A única orientação que ele segue para evitar assaltos é não deixar nada à vista no veículo. E relata que não leva o som porque ele não pode ser retirado.

 

Ocorrências

O delegado do 9º Distrito Policial, Washington da Conceição, afirma que furtos e roubos são comuns nas regiões do Setor Universitário e do Jardim Goiás onde estão unidades de ensino da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da PUC. Segundo ele, são registradas, em média, cerca de 20 ocorrências por dia. “Na Praça Universitária, são furtados cerca de dois e até três carros por dia. E a ordem para esses roubos costuma sair dos presídios”, revela o delegado. O 9º DP é responsável pela segurança de moradores do Setor Universitário, Vila Nova, Vila Bandeirantes e adjacências.

 

Delegado critica segurança de faculdade

Washington da Conceição revela que muitos desses crimes têm ocorrido no interior da PUC, que é monitorado, mas mesmo assim os bandidos fazem a festa. “Eles (os seguranças) monitoram o estacionamento interno pelas câmeras, mas não tomam nenhuma atitude real para coibir a prática”. Conforme o delegado, só após as vítimas fazerem boletim de ocorrência é que a Polícia tem acesso às imagens.

Ele ainda argumenta que muitas dessas ações criminosas são praticadas por pessoas que vêm de outros municípios, como Senador Canedo e Aparecida de Goiânia. “Eles sabem que há um número muito grande de carros e, boa parte deles, com diversos objetos como celulares e computadores fáceis de serem vistos”.

O delegado responsável pelo 9º DP diz que as pessoas facilitam muito a ação dos marginais, indo aos bancos e aceitando ajuda de desconhecidos na agência; andando nas ruas falando ao celular e estacionando na praça e não verificando se não estão deixando algum objeto à vista. “Isso atiça ainda mais a prática do crime”.

Entre as orientações de Washington da Conceição, estão a prudência, a vigilância e a verificação do fechamento do carro. “Além disso, as pessoas devem ficar atentas ao ver motoqueiros se aproximando; carregar bolsas menores, deixar notebook em casa, esconder o celular ou trocar por um mais simples”.

 

Universidades

A assessoria da PUC-GO explica que não há nenhum registro recente de furto e de roubo na Área 5 da instituição. Mas não forneceu mais detalhes sobre o combate aos crimes nas imediações da universidade.

Já o Diretor do Centro de Gestão do Espaço Físico da Universidade Federal de Goiás (Cegef), Marco Antônio Oliveira, declara que, no campus Samambaia, próximo ao Conjunto Itatiaia, os estacionamentos e as áreas são muito grande. Mesmo assim, o controle é feito por meio de ronda na instituição a fim de garantir a segurança das pessoas. Em caso de práticas criminosas, o diretor do Cegef diz que o estudante que foi vítima de furto ou roubo é orientado a comunicar o vigilante do prédio em que estuda para entrar em contato com a central de segurança. “Nesses casos, podemos tomar providências como o uso da ronda interna para vasculhar se o criminoso ainda está nas imediações”. Oliveira comenta que os alunos também são aconselhados a registrar boletim de ocorrência na polícia. (Cynthia  Costa)