O amor está no Vila

 

Data:01/11/15

Veículo: O Popular

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“O Vila nos une, nada nos separa”. A frase está estampada em uma tradicional faixa estendida pela torcida nos jogos do Vila Nova. A fase do clube é tão boa em 2015 que a campanha do acesso à Série B do Brasileiro rendeu até pedido de casamento em uma saudável disputa entre a paixão de um torcedor por namorada e pelo clube do coração. Alexandre Henrique, de 29 anos, deu um drible na noiva, Maryela Barbosa, de 28, para ir a São Paulo ver o Tigre vencer a Portuguesa e voltar à Segundona. Perdoado e com a promessa de casamento em 2016, ele vai ao Serra amanhã para vero Vila disputar uma vaga na final da Série C.

01/11/2015 06:01Benedito Braga

Maryela e Alexandre selam união diante da bandeira e do mascote do Vila Nova

 

Tudo começou em 2010, Maryela Janaína Barbosa começou a namorar o Vila Nova. Não com o clube, mas com seu então colega de sala no curso de Geografia da Universidade Federal de Goiás, Alexandre Henrique Cardoso do Vale e Silva. Ele era conhecido pelos colegas de turma como Vila Nova, devido ao fanatismo pelo colorado. “Eu sabia que ele era vilanovense, mas não imaginava que fosse tanto”, brinca Maryela.

Os namorados já falavam em casamento há algum tempo, mas Alexandre enrolava e não tomava a iniciativa. Ambos tinham um compromisso no dia 17 de outubro: ir ao casamento de Arthur, primo de Maryela. Os preparativos estavam caminhando bem até que a CBF marcou para o mesmo dia o jogo em que o Vila decidia, contra a Portuguesa, quem voltaria à Série B em 2016. Foi quando a maionese desandou.

“Era um momento histórico que eu não poderia perder. Mas a CBF me sacaneou”, conta Alexandre. “Quando falei que iria ao jogo, no Canindé, em São Paulo, ela (Maryela) começou a me xingar de todos os nomes. Disse que eu prefiro o Vila a ela. Tentei explicar a importância do jogo, mas não deu certo.”

Sem conhecer ninguém, Alexandre pegou um dos ônibus alugados por torcedores do Vila e foi para São Paulo. “Então, resolvi fazer um cartaz para dar uma amenizada na situação, pedir desculpas e dizer que iríamos casar logo se o Vila subisse para a Série B. A imagem apareceu na TV Anhanguera, mas ela não quis nem saber”, explica Alexandre que, com o fato, angariou a desconfiança de Mário e Idelma, pais de Maryela, além da antipatia da tia (Solange) de sua noiva, mãe de Arthur.

Maryela ficou uma fera, principalmente pela “surpresa” que teve ao chegar à igreja para o casamento do primo Arthur. “Um tio do Arthur estava ouvindo o jogo do Vila dentro da igreja. A sorte que o Vila fez dois gols no primeiro tempo e o casamento atrasou um pouco. Daí, ele ficou tranquilo e tudo correu bem”, conta Maryela aos risos.

Na volta de São Paulo, Alexandre teve de dar nó em goteira para contornar a situação com a família da noiva e oficializar o casamento. Mas a confusão valeu a pena. “O Tigrão subiu e eu vou me casar em 2016. Estou pensando em marcar o casório para o dia 29 de julho, mas se ela souber que é o dia do aniversário do Vila, ela me larga no altar”, brinca o noivo, que lamenta: “Ela não gosta do Vila. Depois disso tudo, será difícil era ir ao jogo contra o Brasil (amanhã, no Serra Dourada, valendo vaga na final da Série C)”.

Maryela garante que não tem nada contra o Vila. “Não gosto do tumulto dos estádios, mas já fui ao OBA com o Alexandre para assistir a um jogo no telão. Foi tranquilo e tinha uma cervejinha para a gente conversar e se divertir”, revela a noiva, que foi à Concentração do Tigrão, evento em que o clube exibe os jogos fora de casa em um telão. “Quero que o Vila vença e chegue na Série A. Aí, o Alexandre fica feliz e isso é bom para nossa relação. E é bom ter jogos no fim de semana para ele ir, porque aproveito para sair com minhas amigas”, ressalta Maryela.

Maryela e Alexandre selam união diante da bandeira e do mascote do Vila Nova