Oportunidade que nasceu do lixo

Data: 02/11/15

Veículo: O Popular

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Empresária cria negócio bem-sucedido transformando coco descartado em substrato vegetal

02/11/2015 06:00 Diomício Gomes

Eliane de Oliveira: “Todo ano ouvia as mesmas reclamações a respeito do coco, sobre dengue, bueiros entupidos, e não me conformava. Vi que aquilo não era lixo” Gabriel Lisita

 

Existem negócios que nascem de uma oportunidade, outros nascem de um sonho. O negócio de Eliane de Oliveira Faria nasceu da indignação. Todos os dias a empresária observava em sua caminhada pelo Parque Areião o montante de cocos jogados sem qualquer destinação, causando transtornos e sujeira. “Sempre via aquilo e pensava que poderia ser diferente. Todo ano ouvia as mesmas reclamações a respeito do coco, sobre dengue, bueiros entupidos, e não me conformava de que era aquilo e pronto. Aquilo não era lixo”, lembra.

O impacto do problema observado pela empresária é considerável: para cada 300 ml de água de coco que você toma após uma caminhada no parque, como as que Eliane fazia, 1,5kg de resíduo do fruto sobram para descarte.

Mas o que uma empresária do ramo de estética, dona de três salões de beleza bem estruturados, poderia fazer para resolver esse problema? O espírito empreendedor e a curiosidade falaram mais alto. Eliane procurou a Universidade Federal de Goiás para saber que tipo de finalidade o coco poderia ter. Depois de muitas andanças, muita conversa e tentativas, decidiu apoiar uma pesquisa para utilizar o coco descartado na produção de substrato vegetal.

“Muita gente fala de sustentabilidade, mas pouco se faz. Procurei a UFG para elaborar essa formulação e vi que poderia ser viável”, aponta Eliane, que inicialmente pensava em desenvolver a tecnologia de produção de adubo a partir do coco e vender para outras empresas. Ao procurar o Sebrae, a empresária foi convencida de que o caminho era outro e as coisas foram tomando corpo. Seu projeto foi inscrito no programa Primeira Empresa Inovadora (Prime) da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, e recebeu um aporte financeiro para o desenvolvimento da tecnologia.

Com o substrato vegetal em produção avançada, Eliane foi atrás do melhor mercado para seu produto. Ela encontrou no cultivo de tomates o plantio e o cenário ideal para sua transformação do coco – Goiás é o maior produtor do alimento no Brasil.

Assim, em 2010, nasceu a Mini Erva Produção e Comércio de Adubos, em um espaço cedido pela prefeitura de Aparecida de Goiânia para a construção do galpão da empresa. “Eu ainda estava muito em cima do muro, os negócios que eu tinha estavam bem, mas quando veio o apoio financeiro, a ajuda do Sebrae e as coisas foram acontecendo, eu vi que era o caminho certo”, diz Eliane, que, para erguer o local, precisou se desfazer dos antigos negócios de estética. “Sem apoio, nunca teria a coragem para empreender. Foi uma decisão muito difícil”, revela.

Problema

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