Pesquisa da UFG identifica locais de prostituição em Goiânia

Data: 04/11/15

Veículo: Diário da manhã

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A Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgou nesta quarta-feira (4) uma pesquisa que identifica as características do perfil das mulheres que se prostituem e os locais onde isso acontece em Goiânia. O levantamento foi realizado em um ano e meio e mapeou locais públicos e privados, como chácaras de luxo, bares, boates, casas de show erótico, cinemas, ruas, entre outros.

A pesquisa também utilizou o Respondent-Driven Sampling (RDS), uma metodologia de amostragem, para que fosse possível alcançar os locais de prostituição de mulheres, que antes era inacessível, e que ficava à margem dos serviços e inquéritos de saúde.

De acordo com o pesquisador da Faculdade de Enfermagem e professor, Marcos André de Matos, foi identificado que a incidência de doenças, como hepatite B e C, HIV e HTLV nas mulheres que se prostituem é maior do que na população de forma geral.

Além disso, foi constatado que elas possuem dificuldades em conseguir atendimento médico devido à discriminação e aos horários de trabalho, que são a maioria à noite. As mulheres também correm diversos riscos quando estão expostas à prostituição. A pesquisa também promoveu a vacinação de todas as mulheres de programa encontradas em Goiânia contra hepatite B, difteria, tétano e gripe, além de fornecer orientações.

O levantamento constatou que os locais de prostituição se concentram em pontos estratégicos da região Central e Sul de Goiânia. Também foi concluído que muitas das mulheres que se prostituem são casadas ou possuem companheiro fixo. Elas também informaram aos pesquisadores que ganham menos financeiramente que no mercado formal.

Entre as mulheres entrevistadas, 70% são responsáveis por sustentar pais, filhos ou cônjuges, principalmente as que trabalham em casa de luxo. Participaram da pesquisa mulheres de todas as classes sociais, inclusive as profissionais de luxo, que recebem até R$ 60 mil por mês.