Maturidade sexual faz a diferença, explica médico veterinário

Data: 13 de novembro de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

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Quilo da ave caipira varia hoje entre R$ 18 a R$ 23, equiparado ao da carne bovina de primeira

No passado, era costume abater as melhores aves, ao invés de destiná-las à reprodução, explica Christian Grandsire, médico veterinário, professor aposentado na área de avicultura da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e criador de aves caipiras há 30 anos.

Christian explica que o frango caipira brasileiro foi importado da Europa, por volta de 1600. “O que se fazia, no passado, era um verdadeiro processo de ‘pioramento genético’, pois era o refugo que se multiplicava.”

Segundo o médico veterinário, isso fez o frango caipira brasileiro se tornar um animal miúdo, mas saboroso. Hoje, os produtores mais conscientes sabem a importância do processo de seleção e como fazê-lo, o que vem resultando na produção de aves mais precoces e com melhor qualidade de carcaça.

O ex-professor explica ainda que a diferença entre o sabor da carne do frango caipira com a do melhorado está relacionada ao tempo de vida dos animais até chegar ao ponto de abate. “O que confere o sabor é a maturidade sexual. O hormônio é que fixa, nos músculos do frango e da galinha, o sal, a gordura e o açúcar, que dão o sabor à carne.”

Por ser precoce e ter uma genética para ganhar peso, segundo Christian, o frango melhorado é abatido antes de atingir a maturidade sexual, o que não acontece com o frango caipira, que tem desenvolvimento tardio o suficiente para ter presente na carne os efeitos desejáveis dos hormônios sexuais.