Uma política para mudar o consumo

Data: 22 de novembro de 2015

Fonte/Veículo: O Hoje

Link direto para a notícia: http://ohoje.com/jornal/ler/noticia/26953/titulo/uma-politica-para-mudar-o-consumo 

 

Especialistas ouvidos por O HOJE acreditam que a Política vai dar amparo a práticas que já eram adotadas na educação e que agora poderão ter maior amplitude.

22-11-2015 00:00

Deivid Souza

Depois de seis anos de tramitação, foi sancionada pela presidente da República Dilma Rousseff a Política de Educação para o Consumo Sustentável, que tem o objetivo de “estimular a adoção de práticas de consumo e de técnicas de produção ecologicamente sustentáveis”.

A Lei 13.186/2015, que instituiu a política, tem nove tópicos que abordam tanto a necessidade de trabalhar o tema sustentabilidade na educação regular como cobrar da indústria a adoção de práticas ecologicamente corretas na produção. Trata-se de uma lei sucinta - são apenas quatro artigos  e poucas linhas - mas exige do poder público municipal, estadual e federal a promoção de campanhas educativas e a capacitação de profissionais da área da educação para a inclusão do tema no Ensino Médio e Fundamental. Especialistas ouvidos por O HOJE acreditam que a Política vai dar amparo a práticas que já eram adotadas na educação e que agora poderão ter maior amplitude.

A Política chega em um momento em que as pesquisas sobre comportamento de consumo demonstram uma mudança. O levantamento do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC), Consumo Consciente, divulgado em junho deste ano, demonstra que 69,3% dos consumidores brasileiros estão na faixa de transição, ou seja, apresentam frequência entre 60% e 80% de comportamentos e atitudes adequadas.

Momento

Já a pesquisa Rumo à Sociedade do Bem-Estar do Instituto Akatu de 2013 revelou que, entre 2010 e 2012, a busca por informações a respeito da sustentabilidade aumentou de 14% para 24%. Por outro lado, o entendimento do tema ainda é pequeno, apenas 7% das pessoas que responderam à pesquisa têm um entendimento correto do termo.

O deputado, Jorginho Mello (PR-SC), que foi relator da Lei na Câmara Federal, celebrou a sanção. “Espero que, agora, com a sanção, a gente possa fiscalizar, ajudar para que as diretrizes sejam concretizadas e a gente possa ter um resultado que seja eficaz dessa lei”.

Já o deputado, Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que integra a Comissão de Meio Ambiente, na Câmara Federal fez elogios à Política. “O planeta foi formado e tem o mesmo volume de recursos naturais, o que aumentou muito foi o número de seres humanos e nós temos que compatibilizar esse uso. Portanto, a sustentabilidade é fundamental”, frisou.

Programa

A Prefeitura de Goiânia prepara a implantação, nos próximos meses, de um programa de sustentabilidade em prédios públicos. Por meio do qual os prédios públicos terão acompanhamento para aperfeiçoamento da eficiência energética e uso responsável da água, além de manejo correto de resíduos. O projeto terá participação da Universidade Federal de Goiás (UFG). (Com informações da Agência Câmara).

Capital já trabalha temas relacionados a sustentabilidade

O gerente de educação ambiental da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) de Goiânia, Max Vinícius, afirma que a agência já realiza uma série de palestras e oficinas que tratam de temas ligados à sustentabilidade, mas não com o foco especificamente no consumo. Ele acredita que com a nova Lei terá mais condições para tratar do tema. “Tenho em mente que um horário comercial na TV, ensinar o que é reciclável e o quê que não é. Vamos poder atuar com mais respaldo e trabalhar temas como reaproveitamento de água, uso racional da energia e aquecimento solar”, exemplifica.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) da Capital, a pasta já tem mais de 600 professores capacitados para lidar com o tema que é trabalhado de maneira transversal em várias disciplinas como: redação; ciências; matemática e geografia. O diretor pedagógico da SME, Marcos Pedro, ressalta que o objetivo é provocar uma “discussão sobre a sustentabilidade e aumentar a sensibilidade dos alunos para a questão”, destaca.(D.S.)