Acidente em Catalão afetou 3 rios em 2004

Data: 22 de novembro de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

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Estrutura para conter rejeitos de mineração cedeu e espalhou lama por mais de 7 quilômetros. Não houve vítimas fatais

22/11/2015 06:00Zuhair Mohamad

Indústria em Catalão: município teve acidente de menor escala

Eduardo Pinheiro

A tragédia de Mariana (MG) lembrou um acidente de menor escala ocorrido em Catalão, no Sudeste de Goiás, em 2004. A represa sob responsabilidade então da Ultrafértil S/A se rompeu durante o carnaval daquele ano, deixando um rastro de lama e resíduos que acabou por afetar pelo menos três rios da região. O acidente atingiu pelo menos 7 quilômetros (km) da área rural do município, matando fauna e flora da região. O impacto pôde ser percebido em uma área total de 180 hectares.

O promotor responsável pelo caso, Roni Alvacir Vargas, afirma que o acidente não foi tão grave por conta do material que escorreu - magnetita - e da própria declividade do terreno. Ainda assim, foi preciso indenizar proprietários rurais próximos e fazer a compensação da flora perdida. Na ocasião, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) instaurou ação civil pública. Uma das ações solicitadas pelo órgão foi um projeto de reflorestamento das áreas de preservação permanente atingidas, incluindo as matas ciliares dos córregos Fundo, Gouveia e Garimpo, até o Rio São Marcos. A empresa teve de remover a lama das proximidades. Não houve vítimas fatais. A barragem acabou desativada.

Odor de barata

Em julho deste ano, o MP-GO abriu ação civil pública para evitar o lançamento de flúor na atmosfera no município de Catalão. O documento solicitava que as empresas Anglo American Fosfatos Brasil (Copebrás) e Vale Fertilizantes fossem impedidas de emitir fluoretos na atmosfera acima do limite de percepção olfativa. O alto índice deste elemento no ar produz odor semelhante a “cheiro de barata”. As empresas recorreram.

 

Pesquisador diz que áreas precisam ser monitoradas

O professor de Geociências da Universidade Federal de Goiás, Luis Cherem, avalia que, apesar da sensação de insegurança causada pela proximidade de uma barragem a uma área urbana, o risco pode permanecer baixo se todas as medidas de segurança forem adotadas. “Empreendedores e agentes outorgantes e fiscalizadores são responsáveis por isso.”

No caso de um acidente, como em Catalão e Mariana, é preciso monitoramento constante para de fato recuperar as caracteristicas ambientais originais. “Esse tipo de acidente pode afetar as características químicas dos solos, das águas e rios”.