Ordem de despejo é suspensa e negociação de áreas avança

Data: 22 de novembro de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

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Mais tranquilas após decisãoda Justiça, famílias aguardam agora desfecho favorável do acordo entre UFG e governos

22/11/2015 06:00Sebastião Nogueira

Margarida dos Santos, moradora da Quadra 88: esperança de que a negociação termine logo

 

Pedro Nunes

O temor de perder a casa era grande. As 53 famílias que vivem na Quadra 88 do Setor Leste Universitário chegaram a receber uma ordem de despejo por conta de uma disputa judicial com a Universidade Federal de Goiás (UFG), detentora do terreno. Elas tinham 60 dias para deixar o local, sem direito a indenização. Caso contrário, arcariam com multa diária de R$ 1 mil. O relógio que contava os minutos para a retirada das famílias, no entanto, parou.

A Associação dos Moradores da Quadra 88 do Setor Universitário (Asmo 88) solicitou na Justiça a suspensão da ordem de despejo com a justificativa de que existe uma negociação em curso junto aos governos municipal e estadual para uma permuta de áreas com a instituição federal.

“Apresentamos os ofícios que comprovam a negociação. Através de um recurso extraordinário, fizemos um pedido para suspender a execução da ordem judicial, para dar um prazo maior por conta dessa permuta com o governo de Goiás e também com a Prefeitura de Goiânia. E eles acataram, inclusive, por unanimidade. Todos os desembargadores aceitaram e a execução está suspensa”, relata a tesoureira da entidade, Roberta Carvalho Cruvinel.

Otimismo

Com a notícia, os moradores se dizem mais esperançosos para um desfecho favorável. “A esperança, graças a Deus, voltou. Tivemos essa suspensão do despejo que estava causando muito medo. Agora estamos otimistas que a negociação continue e que termine logo”, diz a aposentada Margarida Barbosa dos Santos, de 69 anos.

A também aposentada Maria Auxiliadora dos Santos, de 88 anos, é a moradora mais antiga da região. Ela diz que recebeu sua casa de dona Gercina Borges Teixeira, esposa do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira, enquanto a capital era construída. “Não pode pegar a gente daqui e jogar fora. Nós temos valor. Moro aqui há 64 anos e não é justo perder tudo que eu construí”, reclama.

O processo ainda está em andamento. A área foi doada pela União à UFG em 1961 e é alvo de disputa judicial. “Na semana passada, entramos com um pedido no Superior Tribunal de Justiça pedindo para que o nosso processo seja reavaliado. Estamos agora aguardando resposta”, explica a tesoureira da Asmo88, Roberta Carvalho.

Negociação

Uma possível saída para o imbróglio que já se arrasta na Justiça desde 1993 é uma permuta de áreas. A UFG considera a possibilidade e tem esperado propostas concretas. A instituição designou uma comissão para avaliar a área de permuta.

“Estamos em um estágio de negociação avançada, mas nada oficial ainda. Temos de ter um cuidado, já que precisamos de uma área que possa receber edificações para não termos problemas no futuro”, declara o assessor da reitoria da UFG, Tasso de Sousa Leite.