Novos sons, novas melodias

Data: 24 de novembro de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

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Alunos do IFG constroem instrumento musical pioneiro no Brasil

24/11/2015 06:01IFG

Sixxen: versão brasileira do instrumento musical foi criada no IFG

Cristyele Oliveira

 

Afinações e ajustes fora do padrão convencional. Um instrumento originalmente idealizado no século 20, que chama a atenção pela singularidade do seu som, ganhou a primeira versão nacional feita pelos alunos e pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). O sixxen brasileiro é um modelo do instrumento idealizado por Iánnis Xenákis, um dos mais importantes compositores da época, para execução de uma única obra, a Pléiades.

O instrumento metálico de percussão foi o tema de estudo do projeto A Construção de Instrumentos Microtonais em Metal para Percussão: Os Desafios na Construção do Primeiro Sixxen Brasileiro para a Interpretação de Obras de Referência, que resultou na criação do primeiro instrumento do tipo no Brasil. O projeto interinstitucional é uma parceria entre o IFG e a Universidade Federal de Goiás UFG), sob coordenação do professor Ronan Gil de Morais. “Devido à importância do Xenákis para a história da música, resolvemos que era o momento de construir o que seria o primeiro protótipo nacional de sixxen”, explica o coordenador do projeto. “Pensamos que seria importante ter esse instrumento e possibilitar a novos compositores o acesso a ele para a criação de novas obras e ideias”, completa Ronan.

Desde 2013, professores e alunos do Núcleo de Excelência para o Ensino, Pesquisa e Performance em Percussão do IFG trabalham na construção desse que é o primeiro instrumento originalmente desenvolvido pelo instituto. Nove alunos, em sua maioria egressos da rede pública de ensino, participaram dos diferentes aspectos da concepção do invento, como a abordagem histórica, catalogação dos protótipos, compilação de repertório e análise formal da obra original. “É um avanço significativo para a pesquisa musical e para a percussão no País e no Estado. Esse protótipo vai possibilitar a estreia de muita música nova no Brasil”, acredita Ronan Gil.

Com um investimento total de R$ 135 mil, o projeto contou com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (R$ 45,5 mil), do Programa de Apoio à Produtividade em Pesquisa do IFG (R$ 20 mil) e, recentemente, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (R$ 70 mil – este valor será utilizado na melhoria do instrumento).

No começo do mês, o Grupo Impact(o) apresentou o concerto Sonatas Estelares, no Centro Cultural UFG, para mostrar o resultado final do projeto. Já com planos para um modelo 2.0, o grupo continuará trabalhando no aprimoramento do sixxen para deixá-lo mais funcional. Integrante do sexteto de percussão no núcleo de pesquisa, Ronan Gil garante que o grupo começará a trabalhar com compositores para a criação de novas obras e espetáculos para levar o instrumento por todo o País.

 

Cristyele Oliveira é estagiária do Programa de Estágio Curricular Obrigatório do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás