Estudantes da UFG arrecadam livros para biblioteca de presídio feminino

Data: 12 de dezembro de 2015

Fonte/Veículo: O Hoje

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A iniciativa é de um grupo de estudantes do curso de jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC). As doações podem ser feitas até a próxima quarta-feira (16)

Um grupo de alunas da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Coletiva Feminista Nonô, está promovendo uma campanha de doação de livros para a biblioteca do presídio feminino Consuelo Nasser. Até a próxima quarta-feira (16), os interessados em contribuir podem fazer a sua doação em pontos de coleta espalhados pela Faculdade de Direito, Faculdade de História, Faculdade de Letras e Faculdade de Informação e Comunicação da UFG.

De acordo com Elisama Ximenes, 21, uma das estudantes envolvidas na ação, a idéia de arrecadar livros para as detentas surgiu a partir de um trabalho acadêmico. “Começamos a fazer visitas no presídio Consuelo Nasser para produzir programas de rádio para a disciplina de rádiojornalismo, foi então que a Diretora da penitenciária contou que as detentas gostam muito de ler, mas que já leram todos os livros da biblioteca”. A aluna afirmou ainda que a campanha visa suprir uma necessidade das presidiárias e também empoderá-las.

A professora da FIC, Flora Ribeiro, que coordena as atividades, afirma que a iniciativa é uma oportunidade de discussão mais profunda por parte das presidiárias e que pode contribuir com pensamentos possíveis de mudança. Além disso, a leitura também é uma maneira de reduzir o tempo de cárcere. Na penitenciária há um projeto de remissão de pena que prevê redução de 4 dias da condenação para cada livro lido.

No entanto, não pense que a tarefa é tão fácil, as presas precisam preparar uma resenha e apresentá-la a uma banca especial composta pela gerência de educação do presídio. O documento é enviado a um juiz posteriormente, com as observações dos avaliadores, que aprova ou não a remissão. Apenas ao obter a resposta, a detenta pode iniciar nova leitura, sendo que o processo dura em média dois meses.

De acordo com a diretora da penitenciária feminina Consuelo Nasser, Roberta Priscilla Honorato Ferreira, além de ler por causa da remissão de pena, as presidiárias também possuem gosto pela leitura. “Muitas detentas gostam de ler. Elas fazem artesanato, trabalham e ainda assim buscam os livros”, afirma.

A diretora conta também que na biblioteca da penitenciaria há muitos livros didáticos, mas carece de exemplares de livros literários, como romance, poesia e contos. “Livros de auto-ajuda também são bem-vindos, especialmente porque algumas presas são dependentes químicas ou estão saindo da dependência”, diz.