Aparecida é único município que consegue se auto-sustentar

Data: 14 de dezembro de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

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Para os especialistas, Aparecida de Goiânia é a prova de que as cidades conurbadas podem se desenvolver, criando polos auto-sustentáveis. Mas situação da maior vizinha da capital foi considerada é uma exceção entre os municípios da Região Metropolitana.

Dos 20 municípios da região metropolitana, além de Goiânia, apenas Aparecida de Goiânia tem uma economia e centralidade forte, segundo a arquiteta, doutora em transporte e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG) Erika Cristine Kneib. Trindade e Senador Canedo são apontadas como cidades que estão se fortalecendo, mas os outros 16 municípios ainda têm uma economia que precisa ser dinamizada.

Até poucos anos atrás, Aparecida era considerada uma grande cidade dormitório. Mas algumas ações acertadas, como a criação dos polos empresarial, industrial, além da política de atração de universidades, mudou a cara do município. Atualmente, uma parte considerável da população aparecidense se desloca diariamente para Goiânia (25,4%). Mas a cidade passou a receber 2,9% do movimento pendular.

Vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), Maria Ester de Souza também defende a necessidade de se criar infraestrutura fora da região central da capital. “O polo universitário de Aparecida é medida acertada”, explica.

A criação de polos também destacada pela gerente de Contas Regionais e Indicadores do Instituto Mauro Borges (IMB), da Segplan, Dinamar Maria Ferreira Marques. “É uma estratégia interessante, pois esses polos acabam retendo a mão de obra local e minimiza esse fluxo de pessoas que vêm gerar renda na capital”, diz.

Uma pesquisa realizada pelo IMB, com base em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), dividiu os 20 municípios da RMG em 256 Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH), para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Em 2000, 17 UDHs tinham desenvolvimento humano muito baixo e em 37 o IDHM considerado muito alto. Em 2010, nenhum unidade apresentou desenvolvimento humano muito baixo e 108 tinham IDHM muito alto.

Apesar de destacar que a Grande Goiânia teve uma evolução significativa do desenvolvimento humano, na primeira década do século 21, o cientista social e pesquisador do Instito Mauro Borges (IMB), Murilo Rosa Macêdo, diz que ainda há dados preocupantes. “Ainda não atingimos a universalização do ensino. Além disso, há o grande desafio de manter o adolescente no ensino médio. Em 2010, menos da metade dos jovens haviam concluído este nível.”