Liberdade de expressão

Data: 28 de dezembro de 2015

Veículo: O Popular

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Um convite da Universidade de Lisboa abriu os horizontes profissionais do artista plástico, estilista e pintor Paulo Valle. Após apresentar seus trabalhos na exposiçãoMetamorfose, ele ministra cursos de desenho, pintura e aquarela em tecido em Portugal e pretende passar os próximos anos trabalhando em países europeus. Nascido em Goiânia em 1970, Paulo morou em Anápolis até 1990. Depois de retornar à capital goiana, mudou-se para Florianópolis. Formado em Artes Visuais pela UFG, o goiano atua como estilista criando sua marca própria, Paulo Valle Origem. Nos cursos que ministra, no Brasil e agora na Europa, apresenta a técnica de pintura em tecido e estamparia, desenho artístico e pintura acrílica. Também presta consultoria técnica na área de criação e modelagem. Já realizou desfiles, figurinos para teatro e mostras de arte.

Você começou a carreira fazendo estamparias em tecido, atividade que ainda exerce. De que forma essa experiência abriu portas nas artes plásticas?

Com a estamparia descobri uma forma de expressão que é a minha assinatura como artista. A liberdade expressiva que tenho vem da espontaneidade que desenvolvi na pintura em tecido. Participei de exposições coletivas, individuais e fui premiado com trabalhos desenvolvidos com as técnicas de pintura em tecido.

Como chegou a Lisboa?

Vim a Lisboa em maio de 2015 a convite do departamento de difusão cultural da Biblioteca da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa, onde realizei a exposição Metamorfose, que apresentei inicialmente em Florianópolis. Minha ideia inicial são dois anos em Portugal e mais um ano viajando pela Europa, entre Londres, Barcelona, Paris e Berlim.

Qual foi a receptividade de seus trabalhos nas exposições que abriu no exterior?

Nesse período em Lisboa consegui expor em mais dois locais, uma individual e outra coletiva. Tive um convite para expor em Barcelona por intermédio de um visitante dessas exposições. Acredito que terá boa visibilidade.

Você faz mestrado em Patrimônio e Restauro. Pretende atuar nessa área?

Acredito que essa vivência interfere diretamente na forma de expressão que tenho. Já imagino e crio situações onde aplico o que tenho estudado, vivenciado. A teoria do restauro e as incursões na área patrimonial propiciam uma compreensão e uma possível aplicação em arte contemporânea, que é minha objetividade como artista, escultor.

Como é a valorização do artista fora do Brasil?

Aqui, como no Brasil, você tem que ter um trabalho bom e consistente. As portas se abrem a partir do momento em que você se mostra, se integra no movimento que existe. Eles te valorizam pelo profissional que você é, pelo trabalho que desenvolve. Tanto no Brasil como aqui em Portugal, me sinto valorizado.

Pretende voltar para Anápolis?

Quem sabe, um dia? Nesse tempo fora de Goiás, sempre visito minha terra natal, amigos e familiares. Não sei se voltarei a morar em Anápolis, mas sempre visitarei. Faz parte do que sou.

O mercado goiano abraça sua arte?

Tenho alguns clientes em Goiás. Acho que é um mercado a ser trabalhado, desenvolvido. Os meus principais clientes e colecionadores são do eixo Sudeste-Sul. Tenho clientes em quase todo o Brasil e nos Estados Unidos, Portugal, Itália. Acredito que o mercado goiano faça parte do meu circuito de produção.