Exagerar nos exercícios do tal 'projeto verão' pode (e vai) dar muito errado
Data: 04 de janeiro de 2016
Fonte/Veículo: Brasil Post
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VIP | De Otavio Nadaleto
Publicado: 04/01/2016 11:48 BRST Atualizado: 2 horas atrás
Há alguns meses você já repetia para si mesmo: “Preciso entrar em forma para o verão”. Mas, na correria do dia a dia, o plano foi sendo jogado pra escanteio. Os dias passaram, a preguiça não diminuiu e você chegou no final do ano na estaca zero. Era o fim do projeto verão.
Mas então você pensa: “Em um mês ainda dá tempo! É só malhar muito, o dia todo”. É aí que mora o perigo! No círculo dos esportes profissionais, existe um problema chamado overtraining.
Conversamos com três especialistas para explicar o que é isso, quais as consequências e como evitar.
O que é
“A síndrome é observada em indivíduos que cumprem um programa de treinamento mal planejado e executado, caracterizado por grandes volumes e/ou altas intensidades, sem um período de recuperação adequado”, afirma Raphael Cruz, fisioterapeuta e mestre em ciências da saúde pela Universidade Federal de Goiás.
Sintomas
Diferentemente do cansaço comum pós-exercício, quando há overtraining o corpo é incapaz de se recuperar das microlesões decorrentes do treino. Dessa forma, mesmo após um período de treinamento leve e de descanso total, o praticante se sente cansado, com dores e apresenta uma queda persistente de desempenho. “A síndrome se manifesta por dor muscular após 24 horas das atividades, irritabilidade, cansaço excessivo, dificuldade para trabalhar e realizar atividades diárias, especialmente no dia seguinte”, afirma Beny Schmidt, professor da Universidade Federal de São Paulo e especialista em medicina esportiva.
Consequências
Os problemas mais óbvios são lesões musculares – mas não é só isso. Alterações hormonais, imunológicas, fisiológicas e psicológicas podem se manifestar, levando a sérios problemas. “Alguns pacientes podem apresentar uma síndrome conhecida como rabdomiólise: uma degeneração do músculo esquelético causada pelo exercício excessivo não rotineiro”, explica Marco Orsini, médico do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense. Ele explica que, nesses casos, os pacientes podem, inclusive, entrar em quadro de insuficiência renal, levando à morte.
Como evitar
Para não se complicar, a melhor dica é sempre trabalhar com o auxílio de um profissional de educação física. Só ele pode prescrever plano de exercícios adequado, que respeite as limitações do atleta. “O limite de cada um não deve ser excedido ao extremo de provocar danos à saúde. Todos conhecem o que seu corpo aguenta. É preciso ter bom senso”, diz Orsini.