Números são considerados elevados

Data: 27/01/2016

Veículo: O Popular

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A socióloga e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Michele Cunha Franco, com mestrado na área de Segurança Pública, cuja tese foi sobre dados de homicídios dolosos no Estado, afirma que a taxa por 100 mil habitantes em Goiânia seria muito maior se fosse feito um corte populacional. A explicação é que a maior parte das vítimas de homicídios é composta por negros e moradores da periferia. “Nesse caso, poderíamos chegar a 90 por 100 mil habitantes, enquanto que o dado relativo a brancos em bairros nobres não seria nada alarmante”, diz.

Para ela, isso mostra uma falha na política de segurança pública que se repete em todo o País: as vítimas preferenciais não recebem tratamento especial, diferente do que ocorre na saúde, por exemplo. Em casos de doenças específicas, a parte da população com maior tendência de contágio recebe maior atenção do poder público, o que não ocorre no caso dos homicídios dolosos. “O ranking chama a atenção, mas o importante é que o Estado não tem obtido êxito na proteção à vida.”

Michele lembra que o ranqueamento não é o principal fator da pesquisa e que se deve analisar o índice. Ela explica que a Organização das Nações Unidas (ONU) considera como epidêmicas taxas acima de 10 homicídios por 100 mil habitantes.