Goianienses têm pouco interesse por política

Data: 01/03/2016

Fonte/Veículo: O Hoje

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Pesquisa feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) aponta que 81% dos eleitores goianienses têm pouco ou nenhum interesse por política. O estudo consultou 1,2 mil pessoas da Capital com idade igual ou superior a 18 anos. O levantamento foi feito entre os dias 14 de novembro de 2015 e 17 de janeiro.

Os sentimentos mais registrados na pesquisa com relação à política são: decepção, desconfiança e aborrecimento. Entre os entrevistados, 64% relatam que os políticos não se preocupam com eles e 37% consideram a política algo complicado. Para 72% dos couvidos, os partidos são todos iguais. Entre as expectativas dos eleitores consultados com relação à política estão: liberdade para criticar o governo e menor diferença de renda entre ricos e pobres. 

O coordenador da pesquisa, professor adjunto em  Ciências Política da Faculdade de Ciências Sociais da UFG e doutor  em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ),Pedro Santos Mundim, explica que os dados não são surpreendentes e não esperava que o interesse fosse maior do que encontrou.

Para o especialista, os casos de escândalos de corrupção geram apatia no eleitor que cria uma idéia de que todos os políticos são iguais. Pedro ressalta que o que pode ajudar a mudar essa realidade é a compreensão do que é um político ou do que é um partido. “Assistir e ler jornal é importante para um amadurecimento do indivíduo com relação a questões políticas”.

Para a comerciante Rosimar Alves Teixeira,46, o interesse dos goianienses pela política só vai aumentar quando os candidatos deixarem de ser corruptos. Rosimar confessa que não entende nada do assunto e faz a escolha de seus candidatos baseada na opinião da filha. A comerciante declara que mesmo que o cidadão se informe e conheça bem o seu candidato, os casos de corrupção permanecem. Ela não vê expectativa de mudança, pois todos os anos o cenário político continua negativo.  

Para Rodrigo Carlos,47, servidor público, a falta de interesse pela política é resultado de uma gestão feita apenas voltada para o interesse dos candidatos. Ele reclama que não vê uma administração feita para a sociedade, pois presencia debilidades na educação, na segurança e em tudo o que é voltado para o cidadão. Rodrigo ressalta que o cenário de indiferença pode mudar quando os políticos governarem com mais amor e quando houver um rodízio entre eles. Apesar da indignação com a política, ele acredita no sistema de democrático do país e tem expectativa de dias melhores.

A turismóloga Deuzanira Cruz, 35, considera baixo seu interesse pela política e tem votado nulo nas últimas eleições. Ela não se interessa em ver propaganda política e procura fugir desse assunto em conversa com amigos. Deuzanira acredita que a realidade do desinteresse pela política seja reflexo do cenário político que hoje não atende as expectativas dos eleitores. “Eles têm muitas informações, mas os políticos que fazem pouco pelos menos favorecidos geram a falta de interesse pelo assunto”.