Consumível como castanha, o baru pode ser usado no combate das doenças cardiovasculares, avanço do Alzheimer, diabetes, câncer e obesidade. Como se não bastasse, ainda é saboroso. “Em todas as receitas possíveis, coloco baru”, diz a chef Márcia Pinchemel, que há 15 anos adotou o ingrediente como carro-chefe e fez dele protagonista de livro que ela lança amanhã (leia mais na página).
A versatilidade é uma da características do baru que mais encantam a chef. “Gosto de várias formas: na manteiga, junto com o filé. Faço um gelado de baru de sobremesa, com paçoquinha, torradinha de tira-gosto, com bacalhau e carne de porco.” Além de tudo, conta, a castanha ainda é boa fonte de energia. “É mais nutritiva do que castanha-do-pará.”
Benefícios
Membro da família das oleaginosas, a castanha que cresce espontânea e abundantemente em Goiás, além de parte dos Estados vizinhos, tornou-se recentemente também objeto de estudo da UFG. Desenvolvida na área de nutrição, a pesquisa comprovou a capacidade do baru em diminuir índices do colesterol ruim, o que se reflete no ganho da capacidade cardíaca.
As propriedades positivas são tantas, que até parecem receita médica quando enumeradas. “A castanha é uma semente rica em proteínas, ômega-6 (coração e memória), ômega-9 (anti-inflamatório, combate o LDL e controla o cortisol, hormônio do estresse), ferro (ajuda a prevenir anemias), zinco (imunidade e fertilidade), vitamina E (antioxidante) e fibras”, destaca a nutricionista Cristiane Spricigo.
De acordo com a especialista, para obter os benefícios é necessário que a castanha esteja incluída em uma alimentação saudável. “A castanha é nutricionalmente mais completa que o pistache, amendoim, nozes e macadâmia”, compara. Um alerta, porém, é feito pela nutricionista. De acordo com ela, apesar de trazer tantos benefícios, vale reforçar que o baru é uma semente oleaginosa. “O excesso de consumo pode prejudicar a saúde e desandar a dieta”.
A quantidade permitida vai variar de pessoa para pessoa, explica Cristiane. O ideal, conforme ela, é comer o baru torrado, já que, assim, é possível inativar os chamados fatores antinutricionais, que podem interferir na absorção de minerais como cálcio e zinco. “Trinta gramas ao dia, o equivalente a meia xícara de chá, tem 170 calorias. A quantidade é a mesma que meia xícara de chá”, ensina.