Filme goiano sobre Avá-Canoeiros desperta interesse internacional
Data: 01/07/2016
Fonte/Veículo: O Que Rola?
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Taego Ãwa (documentário, longa-metragem, 75 minutos, Brasil, 2016) teve sua pré-estreia nacional em janeiro, durante a 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A pré-estreia internacional foi em Paris, no 39º Cinema du Réel, mais antigo e tradicional festival de filmes documentários do continente europeu.
As próximas exibições já confirmadas serão em Recife/PE, no dia 08 de julho, e durante a 32a Bienal Internacional de Arte de São Paulo, que acontece em setembro.
Em Goiás, a obra foi selecionada para a Mostra Competitiva Internacional do XVIII FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental.
Único filme goiano a concorrer na categoria longa-metragem internacional no Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental – FICA, Taego Ãwa conta a história dos índios Ãwa, mais conhecidos como Avá-Canoeiros do Araguaia. A obra foi dirigida pelos irmãos Henrique e Marcela Borela e realizado pelas produtoras goianienses Barroca e F64.
Mais de 40 anos depois do contato forçado feito pela Funai, em 1973, a família Ãwa do Araguaia, guiada por Tutawa Tuagaèk Jamagaèk Ãwa – líder xamã falecido em junho de 2015 – mostra no filme Taego Ãwa a força de sua cosmovisão Tupi-Guarani. Na obra, dirigida e roteirizada pelos irmãos Henrique e Marcela Borela, os indígenas formulam um olhar crítico sobre o passado, que se junta à luta pela terra e à afirmação da identidade Ãwa.
A partir de fitas VHS encontradas em um armário da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Goiás no ano de 2003, e junto a isso uma séria de outros materiais de arquivo, a equipe do documentário foi ao encontro de Tutawa e sua família, para criar uma narrativa inédita sobre a história do povo Tupi que mais bravamente resistiu à colonização do Brasil Central.
No filme, os Avá-canoeiros do Araguaia falam pela primeira vez, e abertamente, sobre seu passado, presente e futuro. A obra foi realizada entre 2011 e 2015 pela Barroca e F64 filmes, produtoras de cinema de Goiânia, em parceria com a Associação do Povo Ãwa – APÃWA, da Cinemateca Brasileira, do NPD-GO – Núcleo de Produção Digital de Goiás, do Instituto Federal de Goiás – Câmpus Cidade de Goiás, da Balaio Produções e da Ideia Produções.
Contexto político nacional
No longa-metragem, o grupo Avá-Canoeiro do Araguaia narra sua trajetória de desterro e cativeiro em meio à luta por sua terra tradicional, Taego Ãwa. A reserva deste povo, que aguardava demarcação do Ministério da Justiça desde 2012, foi finalmente garantida pela presidenta Dilma Rousseff, pouco antes dela ser afastada de suas atividades, no dia 12 de abril de 2016. Com o afastamento de Dilma, e em virtude do contexto político instável, o território passa a sofrer novamente forte retaliação de latifundiários e posseiros, além de correr risco de ter sua portaria de demarcação cancelada.
O filme tornou-se então um totem para a abertura da III Assembleia dos Povos Indígenas de Goiás e Tocantins, em Palmas –TO, ocorrida entre os dias 20 e 23 de junho últimos, no Campus da Universidade Federal de Tocantins (UFT) em Palmas (TO). Para a exibição esteve presente a co-diretora do filme, Marcela Borela, a antropóloga Patrícia de Mendonça Rodrigues (responsável pelo relatório de demarcação da T.I.) e toda a família Avá-Canoeiro do Araguaia, incluindo o cacique Wapotxire Ãwa. Neste dia foi possível ampliar olhares e debates sobre as novas circunstâncias.
Taego Ãwa e o impacto do cinema independente
O filme Taego Ãwa teve pré-estreia nacional em janeiro de 2016 na Mostra Aurora – 19a Mostra de Cinema de Tiradentes, principal vitrine do cinema brasileiro independente. Teve pré-estreia internacional no 39o Cinéma du Réel em Paris, na França, mais antigo e tradicional festival de filmes documentários do continente europeu. Em 2016 o longa-metragem ainda segue para o FINCAR – Festival Internacional de Cinema de Realizadoras, com exibição marcada para 8 de julho, no Cine São Luiz, em Recife – PE, e já tem pré-estreia programada em casa, na Cidade de Goiás, dentro do XVIII FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental, concorrendo como a melhor longa-metragem pela Mostra Competitiva Internacional, que acontece entre 16 e 21 de agosto.
Outra participação importante será na 32a Bienal Internacional de Arte de São Paulo, como parte de uma instalação audiovisual criada pelo projeto VNA – Vídeo nas Aldeias. A abertura da exposição está marcada para 10 de setembro.
Serviço:
Participações do filme goiano Taego Ãwa em eventos nacionais e internacionais
Formato do filme: documentário, longa-metragem, 75 minutos
Datas e locais:
08 de julho – RECIFE/PE
Festival Internacional de Cinema e Realizadores – FINCAR
16 a 21 de agosto – GOIÁS/GO
XVIII FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental – concorrendo como a melhor longa-metragem pela Mostra Competitiva Internacional
10 de setembro a 12 de dezembro – SÃO PAULO/SP
32a Bienal Internacional de Arte de São Paulo – parte de uma instalação audiovisual criada pelo projeto VNA – Vídeo nas Aldeias.