Felizes por ver a seleção, indígenas cobram direitos

Data: 30/07/2016

Fonte/Veículo: O Popular

Link da notícia: http://www.opopular.com.br/editorias/esporte/felizes-por-ver-a-sele%C3%A7%C3%A3o-ind%C3%ADgenas-cobram-direitos-1.1125032 

 

Felizes por ver a seleção, indígenas cobram direitos

Grupo estava no Serra Dourada para o amistoso da seleção olímpica contra o Japão

Caetano Tserenhi Rumoritu, indígena da tribo Xavante, de 47 anos
Unidos pela camisa, separados pela história. É assim que se vê Caetano Tserenhi Rumoritu, indígena da tribo Xavante, de 47 anos e torcedor da seleção brasileira. Natural de Barra do Garças, no Mato Grosso, ele é estudante do curso de Educação Intercultural da Universidade Federal de Goiás (UFG) e, há dois anos, vem a Goiânia estudar. Dessa vez, pôde conciliar a estadia na cidade com um outro atrativo: o jogo da seleção olímpica brasileira.

Apesar de comemorar a possibilidade de se divertir no Serra Dourada, ao lado da esposa e do filho pequeno, ele lamentou as dificuldades encontradas por seu povo para desfrutar de atividades que costumam ser corriqueiras para o restante da população. "Os indígenas são nativos daqui e seria bom que nossos governantes, de cada esfera, pudessem entender nossos direitos para podermos participar de coisas na educação, no esporte...", afirmou Caetano.

Além dele, um grupo de cerca de 40 pessoas assistia o jogo das arquibancadas do setor Norte do Estádio Serra Dourada, neste sábado (30). Utilizando algumas das indumentárias características do povo cricati sobre a camisa caraninho, Milton Hõocrow Krikati, de 43 anos, estava entre eles.

Oriundo do Maranhão, o torcedor se sentia satisfeito por ir, pela primeira vez, a um jogo do Brasil. "Indígenas de vários estados vieram prestigiar a nossa pátria, aquela que nós defendemos. Somos brasileiros e viemos para esse momento tão importante", disse ele, que também é estudante de Educação Intercultural da UFG.