A saga Martiniana do bom combate

Data da notícia: 17/09/2016
Veículo/Fonte: Diário da Manhã
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A saga Martiniana do bom combate

His­to­ri­o­gra­fia Go­i­a­na

Ele é considerado a referência nacional para assuntos antropológicos que dizem respeito à historiografia afro-brasileira. Falo de Martim, que conheci há exatos 36 anos, durante a Semana de Arte e Cultura da cidade de Mineiros, onde residia e reside até hoje e é o representante-mor do município, em contendas culturais.

Filho de lavradores, mulato, Martiniano José da Silva, reverteu toda sorte social contrária para que não se desse bem nessa encarnação. “Nasci nas canículas dos sertões de Poço da Pedra, município de Casa Nova, Bahia”, no dia 18 de setembro de 1936. Portanto, é o mais novo octogenário da nossa Academia Goiana de Letras.

Advogado, graduado pela Universidade Católica de Goiás, atual PUC Goiás, em 1966. Mestre em História Social pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com o tema Quilombos do Brasil Central: violência e resistência escrava, transformado em livro. Fundador da Academia Mineirense de Letras, ex- presidente do Conselho Municipal de Cultura de Mineiros e ex-secretário de Cultura e Turismo do município.  É o atual presidente do Conselho Superior da Unifimes, mantenedora do Centro Universitário “mineirense”.

Só para falar das homenagens que recebeu seria preciso recorrer à generosidade do editor do DM, jornalista Batista Custódio, no ato de abrir uma página inteira do jornal, possibilitando, assim, a nossa coluna acomodar essas honrarias.

 

Ficcionista e pesquisador, o escritor, assina as seguintes publicações:

1964 – A Moça que ria muito – romance

1974 – Sombra dos Quilombos – ensaio

1979 – Auto de Zumbi – teatro

1980 – Mineiros: memória cultural – memória

1981 – Conflito de Limites Goiás/Mato Grosso – história

1984 – Traços da História de Mineiros – história                            

1985 – Racismo à Brasileira: raízes históricas– ensaio (está na 4ª edição)

1991 – Parque das emas: última pátria do cerrado (bioma ameaçado) – ensaio (está na 3ª edição)

1998 – Retrospectiva histórica de Mineiros – história

1976 – Advocacia: engenho e arte – ensaio (está na 2ª edição)

2001 – Os Quilombos na dinâmica social do Brasil. Coordenação Clóvis Moura, EDUFA, Alagoas

2003 – Quilombos do Brasil Central: violência e resistência escrava – ensaio (está na 2ª edição)

2005 – Escrito nos jornais: tempo de aprendizagem, Autobiografia intelectual

2012 – Uma pausa para a coluna passar – ensaio histórico

2014 – Sombras do coronelismo na história do judiciário – ensaio histórico

E, agora, na sexta-feira passada, no “Quilombo” da sua Mineiros, sequenciando sua saga de emérito pesquisador, lançou seu novel livro: Teatro Experimental do Negro em Goiás, com a apresentação da peça Auto de Zumbi, pelo grupo de Teatro Theaomai, de Toninho Gomes. Obra que enrique, sobremaneira, a estante de assuntos afros.

Se Martiniano José da Silva fez muito e muito ainda fará no exercício de seu ativismo cultural, esse feito deve ser creditado em boa parte a sua esposa “Chica” companheira fiel de todos seus atos.

Martiniano José da Silva e a esposa “Chica”, motivadora-mor de suas realizações intelectuais

Martiniano José da Silva e a esposa “Chica”, motivadora-mor de suas realizações intelectuais