Antologia do piano no Brasil Central será lançada em Goiânia

Data: 25/09/2016

Fonte/Veículo: Arroz de Fyesta

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Já imaginou ouvir uma música que ficou esquecida por 120 anos? E como teriam soado as músicas das festas de outras gerações no interior de Goiás? Que papel tinha o piano no Brasil Central nos séculos 19 e 20? Para saber a resposta dessas e de outras curiosidades, será lançado na terça-feira (27) a publicação Antologia do Piano no Brasil Central, às 9h15. Um recital com amostra de algumas das músicas também será realizado no auditório da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (Emac-UFG), no IV Encontro Nacional de Piano.

Resultado de uma pesquisa de mais de 15 anos, a obra reúne composições de 12 compositores atuantes entre Goiás e Triângulo Mineiro. Nascidos entre 1827 e 1972, a antologia cobre pouco mais de 120 anos da música para piano. Consta da antologia a obra mais antiga para o instrumento composta no interior do Brasil Central encontrada até o momento: trata-se da polca Orlinda, composta pelo gênio de Tonico do Padre, em Pirenópolis em 1889, há 127 anos. 

As polcas eram danças bastante populares em todo o Brasil, até o início do século 20. Eram danças rápidas, sempre em compasso binário, dançadas por pares e muito populares em festas e jantares. "As polcas estão na raiz do chorinho, que surgiria na cena urbana carioca a partir dos anos 1910", lembra Wolney Unes, organizador do volume. Coincidentemente, as obras mais recentes, de 1993, são uma série de choros, compostos pelo pianista goianiense Marco Aurélio de Andrade Amaral, falecido prematuramente naquele mesmo ano. 

Complementam o volume obras de artistas renomados e conhecidos do público. Joaquim Jayme, regente da Orquestra Sinfônica de Goiânia, compôs em 1968 uma sonata dodecafônica, que aparece aqui em sua primeira edição. O fundador da primeira orquestra municipal, Brás Pompeu de Pina Filho tem também uma peça na coletânea, Vinte e Nove, composta em 1977 em homenagem a sua futura mulher. Outro regente com obra na antologia é Sérgio Kuhlmann, que atuou também no Centro Cultural Basileu França.

O professor Estércio Cunha é conhecido há muito nos meios musicais da cidade, responsável pela formação de muitos músicos da região. Só nesta coletânea há obras de dois alunos seus, Marco Aurélio e Calimério Soares. E, ao lado de compositores renomados, há ilustres desconhecidos, esquecidos pela história. É o caso de Bruno Vieira e Florisberto Cunha: a inclusão de obras suas na publicação faz uma justa homenagem a esses pioneiros da metade do século passado. 

Há ainda músicos que têm o nome conhecido, mas dos quais se conhece pouco da obra, caso de Jean Douliez, o belga que fundou o Conservatório Goiano de Música em 1955, ou do italiano Renato Frateschi, criador do Conservatório de Uberaba. Ambas as instituições estão ativas até hoje, mas a obra de seus fundadores poderá ser ouvida pela primeira vez em muitas décadas. 

O recital ficará a cargo de professores e alunos da escola fundada por Douliez. No programa, dois Improvisos de antigos professores da Emac-UFG: Carlos Costa tocará um de Douliez, ao passo que a prof. Consuelo Quireze interpretará um de Guarnieri. O prof. Robervaldo Linhares toca também obras de Estércio Cunha. 

Lançada pela Sociedade Cultural Elysium, a obra teve o patrocínio do Fundo Estadual de Cultura e é fruto de pesquisa conduzida pelo Centro de Estudos Brasileiros da UFG. 

Serviço

Recital

Antologia do piano no Brasil Central

Data: 27/09

Horário: 9h15

Local: Auditório da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás – Câmpus Samambaia

Entrada franca

Informações: (62) 9 8205-2420 e/ou (62) 3645-0904