Chikungunya é a principal ameaça do próximo verão

Data: 26/09/2016

Fonte/Veículo: Dedetização Insetan

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Especialistas alertam necessidade de combater o Aedes aegypti

É inverno e pouco se ouve falar do mosquito Aedes aegypti. Mas não deveria ser assim. Até porque, segundo especialistas, há indícios de que o verão trará a chikungunya para o Sudeste. Ela é uma das três doenças transmitidas pelo mosquitinho, ao lado de dengue e zika.

O médico epidemiologista João Bosco Siqueira acredita que isso irá acontecer no próximo verão, levando em conta o perfil de disseminação dos vírus pelo Brasil. “Houve transmissão de zika muito importante no Nordeste no ano passado. Neste ano, teve chikungunya, enquanto que, no Centro-Oeste e no Sudeste, este foi o nosso ano de transmissão de zika. Seguindo o mesmo caminho, devemos ter transmissão de chikungunya no Sudeste em 2017”, analisa o especialista, que é professor da Universidade Federal de Goiás.

Mesmo com registros pouco alarmantes de zika no Estado, João diz que a subnotificação da doença é grande. “Tem muita zika sendo notificada como dengue. É difícil você interpretar os dados de 2016 da própria vigilância de dengue, porque tem muita coisa de zika ali”.

Ao contrário da zika, a chikungunya tem sintomas fortes, com febre acima de 39°C e dores intensas no corpo, o que preocupa a saúde pública. Tanto que o secretário de Saúde do Estado, David Uip, disse nessa semana que a chikungunya trará “mais morbidade do que causaram zika e dengue”.

João concorda: “Muitas pessoas chegarão ao mesmo tempo às unidades de saúde com a chikungunya”. É por isso que os cuidados com o controle do Aedes aegypti não podem parar fora do verão, lembra a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. “O vetor não vai embora. Ele fica o tempo todo, só que tem condições melhores pra se reproduzir no verão. Falar de prevenção só no verão não vai dar certo”.

Ela atribui o baixo número de casos neste ano à preocupação da população com a síndrome congênita do zika, sendo a microcefalia uma das manifestações.

Rosana ressalta que dengue, zika e chikungunya são perigosas. “Cada uma tem sua característica, mas todas são bastante problemáticas do ponto de vista de causar danos”.

Vacinas

Disponível na região desde o início de agosto, a vacina contra a dengue está tendo baixa procura nas clínicas particulares. A Tribuna telefonou para quatro empresas e, em todas, recebeu a informação de que pouca gente está se vacinando.

O preço pode ser um empecilho, já que cada dose não sai por menos de R$ 275,00 e são necessárias três aplicações, uma seis meses depois da primeira e a terceira após um ano.

Diretora estratégica de dengue da Sanofi Pasteur, laboratório criador da vacina, a farmacêutica Amanda Pinho diz que a vacinação deve começar agora, pra que as pessoas estejam protegidas no verão. “Para ficar protegido, é preciso se vacinar antes, porque a vacina leva 28 dias pra gerar a proteção”.

Conforme a Sanofi, a vacina tem eficácia de 66% contra os quatro sorotipos da dengue e reduz em 93% os casos graves. Para Amanda, a vacina pode ajudar na meta da Organização Mundial da Saúde de reduzir os casos em 25% e o número de mortes em 50% até 2020. “Mas as medidas de controle ao mosquito seguem efetivas”.