Programa da Universidade Federal de GO ajuda a melhorar produção de leite

Data: 02/10/2016

Veículo/fonte: Tv Globo

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O Globo Rural foi conhecer um exemplo de integração entre a universidade e o campo. Um programa de estágio em Goiás está ajudando produtores de leite em várias propriedades. É um ganho também para os futuros profissionais, que saem da faculdade mais preparados.

Uma vaca leiteira pode chegar a produzir 25 litros de leite ao dia, quando atinge o seu pico de produção. Esse é o seu potencial, mas pode não ser alcançado se não houver um bom manejo.

Pela necessidade de melhorar as práticas no campo, foi feita em 2000 uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás e um grande laticínio. Assim surgiu o programa de assistência à bovinocultura leiteira, que hoje envolve 50 alunos das faculdades de zootecnia, veterinária e agronomia e 24 produtores de leite.

O programa deu tão certo, que mesmo com o laticínio encerrando a parceria há três anos, os produtores pediram para continuar recebendo assistência. Não é à toa, como conta o coordenador do programa, Milton Moreira Lima: "Falta assistência técnica. Isso foi identificado em 2009 na cadeia produtiva de leite, como um dos principais fatores limitantes na produção de leite em Goiás. Num cenário de longo prazo, isso vai representar a sobrevivência ou não do negócio", afirma Milton.

Os alunos passam por um treinamento de 10 meses dentro da universidade antes de começar a prestar assistência. São diversas aulas práticas na fazenda-escola e na sala de aula - ao todo, o estágio não remunerado dura três anos. Lá, quem supervisiona o trabalho é a dona Doralita, funcionária da universidade. E não é só dos animais que ela cuida bem. "É um tanto de filho que eu 'arrumei' aqui, né?", afirma ela, que faz até bolo para levar para os alunos.

Somente na terceira etapa do estágio, após todo o treinamento, os alunos pegam a estrada rumo às fazendas dos produtores locais. Para participar do programa, as propriedades devem ficar a uma distância máxima de 150 Km de Goiânia. A escola de veterinária paga pelo combustível do transporte.

Em uma das propriedades atendidas pelo programa, o senhor Wilton Luiz de Freitas cria gado leiteiro há 15 anos. "A gente trabalha com uma genética da Nova Zelândia, que é um animal com índice de fertilidade maior. Hoje, o animal que não está ciclando, a gente entra com um medicamento, ou mesmo muda a dieta e com isso a gente vem melhorando os índices", afirma o produtor.

O programa leva mudanças e muitas facilidades para os produtores. São práticas de melhorias na produção de leite, na reprodução dos animais e até na irrigação do pasto, reaproveitando a água da lavagem do curral. Com irrigação e pastejo rotacionado, o rebanho do senhor Wilton, dobrou de tamanho. "Melhorou o desempenho dos meus animais, que hoje são mais bem tratados. Então eu tenho um índice bem melhor do que eu tinha há um tempo, antes da chegada do programa. Eu tinha em média 450 litros de leite diário, hoje eu já cheguei a 1.200 litros e espero chegar a uma produção de 1.500 litros de leite", diz Wilton.

Durante a visita técnica, os estagiários checam todos os índices da propriedade. Veja na matéria como é feito todo o processo de estudo quem tem trazido melhorias na produtividade de tantas fazendas.

O pessoal do programa gostaria de ampliar o atendimento incluindo  produtores que não têm condições de pagar. Mas falta dinheiro pra isso.