Administrativos apostam na formação para garantir valorização profissional

A formação continuada é a aposta para os servidores administrativos fazerem frente ao  quadro adverso que se avizinha com a aprovação da PEC 241/PEC 55 e do PLC 257. O primeiro projeto retira recursos da Educação, o segundo, promove a terceirização geral das atividades fim e atividades meio. Esta foi a conclusão dos palestrantes que participaram do debate: “Funcionários Administrativos – Piso  e carreira contra a terceirização”.

O painel foi abordado no 10º Congresso do Sintego e ocorreu no salão Lago Azul, no Centro de Convenções de Goiânia. O debate foi coordenado pela secretária de Assuntos para o Pessoal Administrativo, Suely Correia, e por Marlene Oliveira, presidenta da Regional de Trindade, tendo como palestrantes Edimilson Ramos Camargo, o Lamparina, que é Secretário de Funcionários da CNTE e o Doutor Luiz Fernandes Dourado (UFG).
Vale lembrar que o Sintego já está fazendo a sua parte. Já no mês de agosto, a secretária de Assuntos do Pessoal Administrativo do Sintego, Suely Correia, acompanhada de Marlene Oliveira e outros diretores do Sintego, entregaram  à pró-reitora do IF Goiás, Adriana dos Reis Ferreira, abaixo assinado com 681 assinaturas de servidores administrativos, pedindo que os Institutos Federais ofereçam cursos de formação superior para os servidores administrativos.

CNTE
Com muita objetividade, Lamparina confirma que a situação não é fácil para nenhum trabalhador no Brasil, e, portanto, não afeta somente os servidores administrativos. Ele ressalta que o governo golpista de Michel Temer promove o desmonte do serviço público, gerando dificuldades para todos os servidores. Ele salienta que a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), há muito avalia que independente da conjuntura, o caminho para superar problemas está na formação do trabalhador. “Se não há valorização através do Estado, o servidor tem que buscar se valorizar”, ensina.
Lamparina entende que numa mesa de negociação, os servidores administrativos têm de oferecer algo em troca de suas reivindicação, e neste caso, a moeda de troca é a valorização profissional:
“Quando o trabalhador reivindica algo para o seu patrão, que no nosso caso é o governo, ele tem que oferecer algo em troca. A nossa moeda de troca é a nossa formação, para que tenhamos valorização. Temos que chegar numa mesa de  negociação oferecendo a nossa formação para o nosso gestor para que a gente tenha valorização. Estamos caminhando neste sentido, como nós sempre caminhamos, no caso do Pró-Funcionário e trabalhando agora a formação no nível superior, conforme a resolução da CNE”, defende.

Universidade
Professor titular e emérito da Universidade Federal de Goiás, com pós-doutorado em Ciências Sociais na França, Luiz Fernandes Dourado também confia na qualificação profissional para superar estes dias sombrios de ataque ao serviço público feito pelos governos federal de Michel Temer e estadual de Marconi Perillo.
Luiz Fernandes Dourado confia que a formação continuada promove a valorização do servidor, dando forças na sua disputa por melhores condições salariais e de trabalho. Ele destaca como avanço a resolução da CNE que aponta para formação no âmbito superior nas universidades e nas escolas e institutos técnicos federais. Conforme foi definido pela CNE, foram aprovados cursos em quatro áreas como a secretaria escolar, infra-estrutura, multi-meios, alimentação escolar.  Ele acredita que outras áreas podem ser incorporadas pelas universidades e IF´s, uma vez que o trabalho do profissional de educação é dinâmico.