UFG desenvolve pudim com substância antioxidante

Pesquisa focada no fruto do jambolão e na casca de milho roxo obtém farinhas para produção de sobremesas instantâneas e extração de corantes naturais

Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Universidade Federal de Goiás (UFG), possibilitou a criação de dois novos alimentos altamente nutritivos: a farinha de jambolão e a farinha da palha de milho roxo. Ambas foram utilizadas na criação de sobremesas instantâneas, como o pudim. Além disso, também foi possível extrair corantes naturais a partir dos alimentos.

O estudo, realizado pela pesquisadora Bruna Ferreira Dias sob a orientação do professor da Escola de Agronomia (EA/UFG), Márcio Caliari, teve como objetivo caracterizar frutos de jambolão (Syzygium cumini) e palha de milho roxo (Zea mayz L.), produzir farinhas destas matérias-primas, extrair, de forma artesanal, seus corantes e desenvolver formulações de sobremesas instantâneas com a aplicação das farinhas obtidas.

“Estas farinhas apresentam vários benefícios à saúde humana. Os farináceos são ricos em antocianina, substância que atua como antioxidante e, por isso, evita danos causados por excesso de radicais livres, inflamações, hipertensão arterial, infecções no trato urinário, doenças cardíacas e câncer. A substância já é utilizada no tratamento dessas doenças”, ressalta a pesquisadora.

Com ambas as farinhas, a Bruna Ferreira produziu uma sobremesa, similar a um pudim. A formulação foi composta por leite em pó e farinha pré-gelatinada de arroz, além da farinha do jambolão ou da palha de milho roxo. A sobremesa foi avaliada por provadores, que aprovaram o produto e concluíram que ele estava dentro das características desejáveis.

Extração de corantes naturais

Os corantes artificiais são amplamente utilizados na produção industrial, no entanto, segundo a pesquisadora os mesmos "têm sido apontados como causadores de determinados cânceres como o de esôfago, cólon, reto, mama e ovário". Além disso, quando descartados no meio ambiente, necessitam de um longo tempo para se decompor. É por esse motivo que o uso de corantes naturais, em alimentos, tem aumentado significativamente.

Bruna conseguiu extrair os corantes naturais do jambolão e da casca de milho roxo que resulta nas tonalidades do vermelho vivo ao azul violeta. Estes, por sua vez, possuem baixa toxicidade e não são prejudiciais à saúde.

A pesquisa resultou em produtos inéditos. "Muitos estudos analisaram a polpa de jambolão mas nenhum produziu a farinha de jambolão. Poucos estudos exploram a palha de milho roxo e nenhum produziu uma farinha que pode ser usada na alimentação humana", relatou Bruna Ferreira. Além disso, o estudo também contribuiu para a extração de corantes naturais, iniciativa de grande relevância, já que os sintéticos estão ligados ao surgimento de doenças graves.

Sobre a UFG

A Universidade Federal de Goiás foi fundada em 1960 com a fusão de cinco faculdades já existentes. Com 156 cursos de graduação, mais de 6 mil vagas disponíveis por ano na graduação e mais de 28 mil alunos, está presente nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Catalão, Goiás e Jataí. Além da graduação, a UFG oferece 78 cursos de pós-graduação entre mestrados, doutorados e mestrados profissionais, com mais de 4.200 alunos.

Sobre a pesquisa

Dissertação: Utilização do jambolão (Syzygium cumini) e da palha de milho roxo (Zea mayz L.) no desenvolvimento de novos produtos

Pesquisadora: Bruna Ferreira Dias

Orientador: Márcio Caliari

Unidade vinculada: Escola de Agronomia (EA) - Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (EAEA)