5 universidades querem cursos de Medicina

Data: 31 de dezembro de 2014

Fonte: O Popular

 

Instituições instaladas em diferentes municípios goianos pedem autorização para atividade

 

 

Apesar de notas baixas de alguns cursos de Medicina em Goiás, cinco instituições querem abrir turmas no Estado nos próximos anos. As cidades de Aparecida de Goiânia, Goianésia, Ceres, Trindade e Mineiros pleiteiam junto ao Ministério da Educação (MEC) a abertura de cursos de Medicina. No entanto, apenas Aparecida preencheu, ainda em 2013, os requisitos para receber o aval de vagas para medicina em Goiás.

A demanda faz parte de uma orientação do Governo Federal para interiorização do curso no Brasil, através da portaria nº2, de 01/02/2013. A partir daquela data, a expansão do ensino médico passou a usar parâmetros relacionados com o cenário prático, que se somam aos aspectos verificados pelos avaliadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), como projeto pedagógico, corpo docente e infraestrutura, e aos indicadores de qualidade vinculados à atuação da instituição.

O município de Mineiros elabora seu projeto a partir da união entre a Prefeitura e o Centro Universitário de Mineiros (Unifimes). A proposta é fundamentada justamente em fatores sócio-econômicos, como a falta de curso na região e alta demanda. Além disso, a cidade pretende se adequar em relação aos requisitos sobre programas de residência médica e leitos. Já o curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás em Jataí funciona desde agosto deste ano, com 60 vagas.

Desde 2012, Ceres também luta por ter seu curso próprio, através de um campi avançado do Centro Universitário Unievangélica, de Anápolis, que já possui o curso na cidade-sede. A Faculdade Evangélica de Goianésia também tenta levar para a cidade uma turma de ensino médico, o que deixaria a região do Vale do São Patrício com duas faculdades de medicina. Representantes de Itumbiara também já se manifestaram a favor de criação de um curso na região. No entanto, ainda não ha indicativos do MEC sobre quais são as cidades goianas que receberão.

Em setembro deste ano, 39 municípios de todo o País foram considerados aptos a receber cursos ofertados por instituições particulares. As cidades selecionadas têm 70 mil habitantes ou mais e ainda não dispõem de curso superior para a formação de médicos. Nenhuma delas é goiana.

Com os novos critérios, o MEC avalia a estrutura dos equipamentos públicos de saúde, além de programas de saúde do município, oferta de cursos existentes e disponíveis para a formação do aluno de Medicina. Também são avaliados para abertura de novos cursos, o número de leitos do SUS para utilização acadêmica, que deve ser maior ou igual a cinco por aluno, e a existência de pelo menos três programas de residência médica nas especialidades prioritárias (clínica médica, cirurgia, ginecologia-obstetrícia, pediatria e medicina da família).

AVALIAÇÕES

Foram justamente os indicadores de qualidade que levaram ao Conselho Regional de Medicina (Cremego) a contestar o vestibular para medicina da Faculdade Alfredo Nasser (Unifan), localizada em Aparecida de Goiânia. A instituição recebeu notas de 1 a 2, em quesitos na área de saúde, responsabilidade docente pela supervisão de assistência médica e experiência profissional do coordenador. A baixa avaliação foi o suficiente para que o MEC indefira a autorização, o que gerou o protesto do conselho regional. No entanto, a faculdade apresentou recurso ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

Em avaliação de 2013, os cursos de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Centro Universitário de Anápolis obtiveram nota 4, avaliação considerada como alta quando comparada com outras universidades do país. No entanto, o curso da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC) recebeu nota 2, índice considerado insatisfatório.

Para Cremego, número de vagas no Estado atende à demanda

31 de dezembro de 2014 (quarta-feira)

De acordo com o presidente do Cremego, Erso Guimarães, o número atual de vagas para Medicina no Estado de Goiás é suficiente. Ele afirma que a relação entre o número de habitantes e vagas está dentro do normal, não necessitando, assim, novas turmas no Estado. No entanto, Guimarães admite que a demanda pelo curso entre os goianos é alta. Em torno de 700 goianos se formam em quase todos os estados da federação todo ano.

O presidente do conselho ainda diz que a facilidade de abertura de novos cursos de medicina no País esbarra na falta de fiscalização efetiva por parte dos órgãos federais. Com essa fiscalização deficiente, a qualidade dos cursos caem, o que reflete nas avaliações. “A nota baixa só mostra o que já ocorre na prática, que muitos cursos não estão preenchendo os requisitos”, diz.