Melhorias, mesmo com crise

Data: 04 de janeiro de 2014

Fonte: O Popular

 

Pesquisa aponta que goianiense acha que vida vai melhorar e está dividido quanto ao quadro nacional

 

Vida melhor em um ano difícil

Vida melhor em um ano difícil

 

Em um ano em que as expectativas sobre a economia nacional são de ajustes e baixo crescimento, o goianiense parece achar que as possíveis dificuldades não o afetarão. Pesquisa Serpes mostra que quase 60% dos entrevistados acreditam que sua situação pessoal deve melhorar. Apenas 14,7% acredita que irá piorar e 24,9% diz que deverá ficar igual. 1,2% não opinaram.

A situação muda quando se trata do cenário nacional. Quando a pergunta é se “de maneira geral, acha que em 2015 a situação do Brasil melhorará, ficará igual ou piorará”, as opiniões aparecem divididas. Para 34,2%, a situação piorará, 33,7% acredita em melhora e 30,9 acha que ficará igual.

Para o sociólogo e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Dijaci de Oliveira, a contradição entre as expectativas se dá devido à diferente visão entre a situação global e a expectativa pessoal de cada um. “Reflete o nível de informação que a pessoa tem e a forma como ela interpreta. A mídia mostra que a situação econômica está deteriorando e elas vão se baseando nessas informações. Em relação à questão pessoal, é contraditório. É muito mais um desejo. Se o País vai mal, a expectativa dela vai mudar. No máximo, ficará como está. É contraditório, mas é uma aposta de que fique melhor. Não há um equívoco.”

A percepção da vida pessoal também varia de acordo com o grau de instrução do entrevistado (veja quadro). Os mais confiantes são os que têm ensino médio, enquanto os que apenas leem e escrevem são os que mais acham que a situação ficará igual. O maior porcentual de pessimistas está entre os que têm ensino superior.

O presidente do Conselho Regional de Economia de Goiás (Corecon-GO) Antônio Eurípedes de Lima também aponta o volume de informação de quem tem curso superior para explicar o pessimismo deste segmento da sociedade e o impacto da inflação no cotidiano e as perspectivas futuras para explicar a diferença de percepção nas outras faixas. “Se você está trabalhando em uma empresa boa, tem um emprego estável, você tende a ter uma perspectiva boa, o que acontece com quem tem o ensino médio. Ele não observa a questão no contexto que ele está inserido. Já as pessoas de menor escolaridade geralmente têm um salário menor e um maior comprometimento dele com as necessidades básicas. Está sentindo mais a inflação. Isso começa a bater na porta dessas famílias.” Teria ainda a questão do desemprego, que os atinge de forma mais forte.

PROBLEMAS

O Serpes perguntou ainda aos entrevistados quais seriam os principais problemas do Brasil (veja quadro). Com respostas múltiplas, saúde e violência lideraram o ranking, seguido por Corrupção e educação. Neste ponto também há divergência quando se avalia o grau de instrução do entrevistado, sendo que para quem tem curso superior a corrupção aparece na segunda colocação, atrás da saúde. Nos demais níveis as posições se mantém.

A pesquisa ouviu 401 moradores da capital entre realizada nos dias 20 e 21 de dezembro e a margem de erro é de 4,9 pontos porcentuais para mais ou para menos.