Engenharia desbanca Medicina e tem maior nota de corte em Goiás

Data: 22 de janeiro de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

 

Rafael Xavier

22 de janeiro de 2015 (quinta-feira)

O curso de Engenharia Civil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) no campus de Goiânia tem a maior nota de corte de Goiás na primeira parcial, divulgada ontem, do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O pequeno número de vagas – apenas seis de um total de 30 estão disponíveis pelo Sisu – elevou o nível da concorrência e a nota de corte do curso é de 769,1 pontos. Já quem tenta uma vaga para Medicina na Universidade Federal de Goiás, segunda maior nota de corte parcial, tem de ter atingido, pelo menos, 761,13 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) (veja quadro).

No primeiro dia de inscrições do Sisu, foram registradas quase 1,3 milhões de inscrições, para ocupar uma das mais de 200 mil vagas em cursos superiores em instituições de ensino superior públicas em todo o País. Em Goiás, foram 41.526 inscrições - 12º lugar no ranking nacional.

As notas de corte são atualizadas diariamente até o final das inscrições, prazo que se encerra amanhã. Até lá, o aluno pode trocar de opção de curso e de instituição. Na próxima segunda-feira o resultado da primeira chamada regular será divulgado. Para instituições de Goiás, são 6.897 a disposição.

A relação de vagas entre as instituições ajuda a explicar a liderança do curso do IFG. Na UFG, são 110 vagas para Medicina, em Goiânia, 104 a mais que o curso que lidera o ranking. Ao todo, a UFG oferece cerca de 91% das vagas do Estado – além das duas instituições, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano) também está lista de instituições que oferecem vagas pelo Sisu.

Para o professor Roberto Xingu, diretor de um cursinho destinado a alunos que tentam uma vaga no curso de Medicina, a tendência é de que as notas subam até o final do período de inscrições. “O aluno tem até quinta-feira (amanhã) para optar por um curso, então esta nota ainda deve ser alterada”, estima.

É o caso de Júlia Rodrigues, de 18 anos, que tenta uma vaga na Medicina da UFG. “Ainda não fiz minha inscrição. Quis esperar a divulgação das primeiras notas de corte para tomar uma decisão. Minha preferência é pelo curso aqui em Goiânia”, comentou a jovem, que nos últimos anos prestou cerca de 20 vestibulares para a área.

Segundo Júlia, o Sisu traz mais desvantagens em relação ao sistema de vestibular tradicional. “Com o Sisu me preparo o ano inteiro para apenas uma prova. Se eu for mal, não tem como me recuperar. No sistema tradicional faço várias provas e o meu desempenho pode ser medido de forma mais real.”

PODER ECONÔMICO

Para o professor Roberto Xingu outra peculiaridade que pode trazer um desequilíbrio no Sisu é o fato de que alunos com maior poder econômico têm mais opções de escolha. “O sistema atual favorece quem tem condições de morar fora, que é algo que custa caro. Se o estudante não tiver esta condição ele vai ficar restrito e pode ter a vaga tomada por alguém que pode vir de fora”, avaliou.