As pessoas que fizeram postagens nas redes sociais sobre a violência na Universidade Federal de Goiás (UFG) foram convidadas a participar da reportagem. Um servidor que não quis se identificar relatou que na segunda-feira uma colega teve o estepe do carro roubado na porta do prédio onde trabalham. “Realmente está difícil vir trabalhar de carro”, afirmou.

O estudante do 6º período de Ciências Econômicas Carlos Donizete Bernardes confirmou que toda a comunidade acadêmica sabe da existência de tráfico de drogas dentro da universidade. “Até o reitor sabe. Mas tráfico existe em todo lugar porque a guerra às drogas não é eficiente”, observa. Estudante de economia, ele comenta que o tráfico existe porque há o consumo. A lei da demanda e oferta. “Por isso o tráfico é mais presente na UFG.”

Para um estudante do 3º ano de um curso de Ciências Humanas e que prefere não se identificar, os roubos estão relacionados com o tráfico de drogas. “Os próprios estudantes roubam para trocar o produto do roubo por droga”, relata. Segundo o estudante, os traficantes que hoje agem no Câmpus Samambaia são os mesmos que foram expulsos da Praça Universitária há cerca de dois anos e migraram para o Samambaia. “Aqui sempre se fumou maconha livremente, mas nos últimos tempos tem aumentado o numero de traficantes.”

O técnico administrativo da UFG e coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras Gibran Jordão pondera que enquanto o consumo de drogas for proibido o único desdobramento será o aumento da violência e do crime organizado, inclusive dentro da universidade.