Após denúncia de violência universidade começa reforma

Data: 28 de janeiro de 2015

Fonte: Diário da Manhã

Link da matéria: http://www.dm.com.br/cidades/2015/01/apos-denuncias-de-violencia-universidade-comeca-reforma.html

 



Projeto de revitalização prevê iluminação e passarelas suspensas. A má conservação do espaço é apontada como possível fator para aumento do comércio de drogas.

O bosque Auguste de Saint-Hilaire, que fica no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG), amanheceu com todas as suas mesas de concreto arrancadas. O fato aconteceu após repercussão na imprensa sobre a existência de tráfico no campus.

Estudantes se manifestaram nas redes sociais, contrários à retirada das mesas. Alguns temem que o lugar possa ser isolado, impedindo a livre circulação. Outros especulam que o espaço seria transformado em um estacionamento de carros. “As mesas eram onde os traficantes passavam os dias. Ultimamente nem tinha mais espaço para aluno no bosque”, queixou-se um estudante.

De acordo com a Assessoria da UFG, a retirada das mesas faz parte de uma reforma para revitalização do bosque. O Centro de Gestão do Espaço Físico (Cegef) é responsável pelo projeto que prevê novas mesas, iluminação e passarelas suspensas. O objetivo é evitar o uso da mata fechada e incentivar a circulação de estudantes pela faixa mais aberta do bosque, próximo aos prédios das faculdades.

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Estudantes se surpreenderam com retirada repentina de mesas e pediram explicações nas redes sociais. (Foto: reprodução)

O bosque Auguste de Saint-Hilaire foi fundado em 1978 e tem 3,2 hectares. A ideia original era permitir uma maior interação entre os estudantes e a natureza. Trilhas, bancos e alamedas incentivavam a passagem de pedestres por dentro da mata. Entretanto sua má preservação pode ser um dos fatores que favoreceram o comércio de drogas na UFG.

Nos últimos dois anos parte do bosque foi usada como canteiro de obra, dividindo espaço com caminhões e entulhos. O professor Dijaci de Oliveira, que coordena um grupo de pesquisa sobre violência na universidade, revelou em reportagem que a empresa responsável por uma reforma no prédio de Física abandonou a obra. Isso obrigou a universidade a abrir um novo processo de licitação, aumentando o tempo de isolamento e más condições de preservação do bosque.