Comportamento de massas de ar é típico de inverno, diz professora

Data: 03 de fevereiro de 2015

Fonte/Veículo: O Popular

 

03 de fevereiro de 2015 (terça-feira)

O clima goiano é predominantemente tropical, com a divisão bem definida de duas estações: uma úmida, de meados de outubro a abril, e outra seca, geralmente de maio até início o fim de setembro. Mas neste verão ocorre uma situação totalmente atípica. “O que eu observo, monitorando o trabalho dos meus alunos, é que o comportamento das massas de ar no Atlântico está mais típico de Inverno, o que pode explicar a ausência de chuvas”, diz a doutora em climatologia e professora do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da Universidade Federal de Goiás (Iesa/UFG), Juliana Ramalho Barros.

Apesar do Verão passado ter registrado pouco mais de 50% da precipitação esperada, a professora diz que não dá para falar em mudança climática, pois, para isso, o comportamento diferenciado do regime de chuvas deveria se repetir por 30 anos. Ela argumenta que, historicamente, existe uma variabilidade natural do clima, alguns anos chove mais e em outros chovem. O que muda é a forma como recebemos essas variações. “Por conta do desmatamento e da impermeabilização do solo, quando chove vem inundação e alagamento, mas não tem uma recarga suficiente dos aquíferos e, por isso, os veranicos vão trazer mais transtornos.

Juliana também alerta para o reflexo nos mananciais. “A gente já vem de um déficit de chuvas de 2014. Agora, com um período chuvoso mais seco como este, a tendência daqui para frente é que alguns cursos de água sequem mesmo no meio do ano.” Reportagem publicada no último domingo no POPULAR alertou que mananciais de 32 municípios podem ficar comprometidos em Goiás.