Câncer de mama: só 15% das goianas fazem prevenção

Data: 05 de fevereiro de 2015

Fonte: O Hoje

Link da matéria: http://www.ohoje.com.br/cidades/cancer-de-mama-so-15-das-goianas-fazem-prevencao/

 

Dado consta de um estudo divulgado pelo Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas da UFG (HC/UFG)

 

Jéssica Torres

Apenas 15% das mulheres goianas fazem rotineiramente exames de prevenção contra o câncer de mama. É o que aponta um estudo do Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas da UFG (HC/UFG). O índice é considerado baixíssimo se levarmos em consideração o ideal preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de que 70%.

A pesquisa mostra ainda que há cinco anos essa porcentagem, entre as goianas que fazem regularmente a prevenção, era de 12%.

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), no último ano, 1.500 mulheres foram diagnosticados com a doença em Goiás. Em Goiânia, o número é de 210 novos casos. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.

Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estes dados servem de alerta, nesta semana em que são celebrados o Dia Mundial Contra o Câncer e o Dia Nacional da Mamografia.

Políticas públicas

Apesar dos dados alarmantes, o resultado não surpreende o coordenador do programa, professor Ruffo de Freitas. Para o docente, faltam políticas públicas direcionadas para o câncer de mama. “É uma das doenças cancerígenas que mais mata no Brasil, e nós não temos políticas fortes de prevenção”, critica.

Segundo a pesquisa, metade dos aparelhos mamográficos de Goiás estão na capital, o que acaba dificultando no acesso às mulheres do interior do Estado e que justifica o baixo número de exames feitos regularmente.

É o caso da aposentada Helena dos Santos, de 59 anos, que mora em Trindade e foi diagnosticada com câncer de mama há 15 anos. Ela conta que, na época, sentiu um desconforto no seio e procurou sua ginecologista para verificar. “Nunca pensei que poderia acontecer comigo, foi aí que me deram o diagnóstico de câncer de mama e que já estava em um estado avançado” conta.

Sofrimento

A aposentada ainda lembra que foi a primeira vez que realizou um exame de mamografia. Diagnosticada no interior, foi encaminhada para a capital, no Hospital Araújo Jorge, e lá fez o tratamento de quimioterapia por cerca de seis meses, e a retirada da mama. “Depois de quatro anos, fiz a reconstrução da mama, mas todo aquele sofrimento poderia ter sido bem menor com a prevenção.”

Agora a história é outra. Depois do que passou, Helena alerta as mulheres para a importância dos exames, que devem ser realizados para prevenir casos como o dela. Agora, ela diz não deixar de fazer nenhum exame, incluindo a mamografia anualmente.