Água para que te quero

Data: 22 de março de 2015

Fonte/Veículo: Jornal do Vale

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A atual crise hídrica em que vive o Brasil despertou as pessoas em empresas para a necessidade uma relação diferente com a água. O País, em especial na região sudeste, enfrentou racionamento e muita gente entendeu, a duras penas, que é preciso reformular o uso dos recursos hídricos. Hoje, Dia Mundial da água, O HOJE mostra alguns interessantes exemplos de como se ter um uso realmente sustentável desse recurso essencial para a humanidade.

Em Goiás, algumas empresas que prestam serviços diretamente relacionados com a água já adotam alternativas para a redução de consumo. O presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Urbana e Terceirização de Mão de Obra do Estado de Goiás (Seac) e da Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental (Febrac), Edgar Segato Neto, afirma que as empresas goianas dessa área já possuem alternativas eficientes para diminuir o consumo de água. Segundo ele, em alguns casos a limpeza diária é feita por meio de varrição e coleta do lixo seco, deixando a limpeza com água para ser realizada em intervalos maiores de tempo. As empresas também têm investido cada vez mais em máquinas de alta pressão para limpeza, uma vez que essas ferramentas gastam muito menos água do que as tradicionais mangueiras, utilizando-se principalmente da pressão para remover a sujeira.

Nesse sentido, empresas que trabalham com limpeza e conservação usam cada vez mais produtos que não necessitam de água para limpar. Eles fazem as funções de lavar, esfregar e secar, bastando utilização de um pano úmido ao final da aplicação para remover espuma e detritos. “As empresas estão cada vez mais conscientes da importância de levar em consideração a quantidade de água e energia utilizadas, assim como o consumidor, e essas medidas que vêm sendo adotadas se mostraram eficazes na redução do consumo desses recursos”, explica o presidente do Seac.

 

Construções

A necessidade do uso consciente da água já é um aspecto já contemplado em muitas construções de Goiânia, que adotam medidas como instalação de coletores de águas da chuva, captação e tratamento dos descartes de chuveiros e lavatórios para reaproveitamento com higienização de áreas coletivas e irrigação de jardinagem. Em alguns condomínios da capital, essas ações chegam a gerar uma economia de até até 80% da água potável.

Para promover um uso sustentável da água, pesquisas e inovações tecnológicas têm surgido com mais freqüências nesse período de crise hídrica. Alunos da Escola de Agronomia (EA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), por exemplo, estão envolvidos em desenvolver alternativas de consumo consciente por parte da população. Eles promovem consultoria para áreas de irrigação rurais e jardins, onde a premissa básica é o reaproveitamento otimizado dos recursos naturais.

 

Para ambientalista, conscientização ainda é tímida

Entretanto, segundo muitos especialistas, a conscientização sobre o consumo de água ainda é um movimento tímido e muito há o que se fazer no estado de Goiás no sentido de prevenir agravos da crise hídrica.

“Estamos muito atrasados em Goiás na preservação dos recursos hídricos. As experiências mais avançadas, como eu conheci na Europa e nos Estados Unidos, tratam as questões ambientais de água, esgoto e lixo de forma integrada e simultânea. Os resultados são muito melhores que os nossos numa relação custo benefício muito mais satisfatória”, opina o ambientalista Osmar Pires, ex-presidente da Agência Goiana de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

Ele conta que na Alemanha, por exemplo, uma cooperativa com cerca de 1.200 funcionários consegue tratar toda água, esgoto e lixo da capital, Frankfurt – com uma população maior do que a de Goiânia e um PIB pelo menos 20 vezes maior do que o da capital do estado.

 

Ato chama atenção uso da água na agricultura

Na véspera do Dia Mundial da Água, comemorado hoje, um ato público realizado ontem, no Rio de Janeiro, chamou atenção sobre os benefícios da reutilização da água. Promovido por ambientalistas e pelo deputado estadual e ex-ministro do Ambiente Carlos Minc , a manifestação foi realizada na feira para ressaltar a importância de uma parceria ecológica com a agricultura familiar e orgânica.

Com um kit ecológico, formado por uma mangueira com furinhos acoplada a um galão de água, os ambientalistas irrigaram canteiros de hortaliças pelo sistema de gotejamento de, demonstrando a simplicidade do método para economizar água na agricultura.

Segundo Minc, 70% da água no Brasil destinam-se aos setores de agricultura e pecuária. Do restante, 20% são para indústria e 10% para consumo humano. “Se usássemos sistemas de reuso de água de chuva e, por exemplo, poderíamos economizar 80% da água hoje utilizada na agricultura.” (Agência Brasil)

...DOMINGO, 22 DE MARÇO DE 2015