Número de endividados cresce em Goiânia

Pesquisa da Fecomércio-Go mostra que total de famílias com dívidas na capital atingiu maior nível para meses de março em 5 anos

Dívidas com cartão de crédito continuam sendo o principal problema do consumidor em Goiânia

O número de famílias endividadas em Goiânia voltou a subir no mês de março. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento do Consumidor (Peic), divulgados ontem, pela Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-Go), 59,2% das famílias da capital têm algum tipo de dívida. Este percentual é o maior para meses de março desde 2010, quando 62% das famílias estavam nessa situação. Do total de endividados, 17,2% estão com o pagamento de suas dívidas atrasado e 8% não terão condições de honrar esse compromisso.

Em fevereiro 55,3% das pessoas tinham algum tipo de dívida, 17,8% estavam com contas atrasadas e 7,8% não poderiam pagar os débitos. O campeão de endividamento do consumidor em março foi o cartão de crédito com 58,7% dos entrevistados comprometidos. Em seguida vêm os carnês (23,9%), financiamento de carros (19,4%) e crédito pessoal (13,2%). O presidente da Fecomércio-Go, José Evaristo dos Santos, diz que o aumento de endividados ocorreu devido à elevação das taxas de juros.

Comprometimento

Um total de 41,7% das famílias pessoas apontaram que sua renda está comprometida com dividas de 10 a 50%. O professor do curso de ciências econômicas da UFG, Everton Sotto Tibiriça, aconselha aos que possuem dividas em atraso, que fiquem de olho nas taxas de juros e optem em pagar o quanto antes as que possuem as maiores taxas de juros. Em relação ao cartão de crédito, o professor, diz que é recomendável não fazer divida nenhuma com ele, que é melhor usá-lo como linha de emergência.

Intenção de consumo

A Fecomércio também divulgou a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF). Diante da elevação do endividamento, a intenção de consumir caiu. Em março do ano passado, a intenção de consumo era de 137,3%. Em fevereiro deste ano foi de 118% e agora e neste mês caiu para 109,3%. Evaristo, acredita que houve essa redução devido à diminuição da renda familiar.

Os dados mostram que 35,5% dos consumidores estão comprando menos e 44,3% acredita que suas famílias irão consumir menos nos próximos meses se comparadas com o segundo semestre de 2014. Para Evaristo, desemprego, inflação e as altas taxas de juros fizeram com que a família ficassem mais cautelosas.