Sessao de autógrafos

Editora da UFG lança hoje e amanhã quatro livros de pesquisadores do Estado

Renata dos Santos


Quatro obras publicadas pela Editora da UFG serão lançadas hoje e amanhã na cidade. Os livros A Criação Literária em Lygia Bojunga: Leitura e Escrita, de Eliana Gabriel Aires, e Interfaces Estéticas em Clarice Lispector, de Maria Eugênia Curado, serão lançados na Faculdade de Letras da UFG, no Câmpus Samambaia, hoje, às 11h30. Amanhã, o Instituto Casa Brasil de Cultura será palco da sessão de autógrafos das obras Caminhos de Goiás: da Construção da Decadência aos Limites da Modernidade, de Nasr Chaul, e Fazendas Goianas: A Casa Como Universo de Fronteira, de Adriana Mara Vaz de Oliveira.
Este último leva a assinatura de uma arquiteta mineira de Uberlândia de 47 anos que cresceu em Goiânia e se formou na UCG. Adriana, que prosseguiu suas pesquisas no campo da história, adianta que sua obra - resultado de sua tese de doutorado defendida na Unicamp - é fruto de uma investigação da relação entre a casa da cidade e a casa da fazenda. "Continuei no doutorado os estudos do mestrado, feitos em torno da casa de fazenda, para mostrar que a casa goiana surge numa complementaridade entre o meio urbano e rural", resume.
Ao longo do livro, a autora traz à tona um estudo profundo que, além das residências, mergulha no universo de inventários e de outros documentos do século 19, jornais, literatura e outros materiais que serviram de apoio para suas constatações. "Fui mostrando que essa forma de morar a que chegamos nos dias de hoje, o jeito de tratar a casa e o lugar onde gostamos de ficar na residência vêm da forma de moradia que se estabeleceu ao longo do tempo. Outro traço antigo era ter a casa na cidade e se utilizar de produtos vindos da terrinha do lá no interior ", explica.
Ela lembra que na história oficial consta que as ocupações urbanas surgiram dos arraiais no século 18 formados a partir da exploração do ouro. A autora considera em seus estudos que, porém, as casas de fazenda já existiam nessa época e por isso também precisam ser consideradas como complementos dessa formação. "Goiás era isolado do litoral, o que possibilitava uma troca de influências e formas de vida estreitas entre o rural e o urbano. Do século 19 até o século 20 quem morava na cidade ainda se utilizava em sua alimentação básica para sobreviver de produtos vindos das fazendas. O sal e outros produtos vinham de fora, mas também trazíamos arroz, gordura de porco, farinha, polvilho e até açúcar do meio rural", lembra.
Além do público acadêmico, a obra tem tudo para conquistar o leitor comum e gerar sentimentos de identificação até com as formas de morar e viver da atualidade. A obra também traz fotografias e plantas de casas rurais, com sua cozinha grande e o fogão de lenha, e faz referências a atividades do cotidiano rural como a fabricação de cachaça e a feitura do biscoito de queijo. "Muitos hábitos ainda são comuns hoje, como o uso da farinha de mandioca na comida, a utilização do polvilho nas quitandas, entre outros", ressalta Adriana.

LANÇAMENTOS
HOJE

Às 11h30, na Faculdade de Letras (Câmpus Samamaia, saída para Nerópolis)
A Criação Literária em Lygia Bojunga: Leitura e Escrita, de Eliana Gabriel Aires
Interfaces estéticas em Clarice Lispector, de Maria Eugênia Curado
AMANHÃ
Às 19h, no Instituto Casa Brasil de Cultura (Rua 29, nº 186, Centro)
Fazendas Goianas: A Casa como Universo de Fronteira, de Adriana Mara Vaz de Oliveira
Caminhos de Goiás: da Construção da Decadência aos Limites da Modernidade, de Nasr Chaul