Causa da morte de girafa no zoo segue indefinida

Quase um ano após a morte do animal, resultados das contraprovas dos exames ainda não foram divulgados. dema vai ouvir especialistas

Alfredo Mergulhão

O Parque Zoológico de Goiânia completou ontem um ano de portas fechadas, mas quem também está próximo de fazer aniversário são as contraprovas dos exames toxicológicos que vão atestar a causa da morte da girafa Kim. Até hoje os resultados desses testes não foram divulgados. Os documentos encaminhados pelo laboratório responsável pelos exames estão com a Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema), que ouvirá técnicos da área a partir da semana que vem para concluir o inquérito que apura a morte do animal.

Existe a suspeita de que o bicho foi envenenado. Kim morreu no dia 25 de agosto do ano passado, meses após ter chegado ao zoológico da capital por determinação da Justiça do Distrito Federal. A ordem judicial veio depois que o animal foi retirado do Circo Le Cirque, de Brasília, por denúncias de maus-tratos.

O titular da Dema, Luziano Severino de Carvalho, adiantou que houve "pequenas divergências" entre os exames feitos pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e a contra-prova elaborada por um laboratório de Belo Horizonte (MG). "Estamos atrás de provas materiais e não podemos indicar culpados antes da certeza. Por mais que exames toxicológicos possam ter dado positivo, eles podem não ser a causa da morte dos animais", disse o delegado.

Os exames feitos pela UFG apontaram que a girafa morreu de anemia. Agora, a Dema chamará toxicólogos para avaliar a contraprova. "A suspeita de envenenamento é baseada no fato dos animais estarem bem e terem morrido muito rápido", explica o coordenador substituto de Fauna do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Luiz Alfredo Baptista. Há ainda o litígio entre zoológico e o circo, ex-proprietário do bicho.

O superintendente do Complexo Zoobotânico da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Mizair Lemes, acredita que o animal morreu devido o estado de saúde precário quando chegou ao zoológico. "Mas a palavra final será da contraprova", disse. A hipótese é negada pelo advogado do circo, Edilberto de Castro Dias, que afirma que a girafa foi vítima de desnutrição no parque. "Ele era acostumado a comer maçã, pera, mas passou a ser alimentado de capim e ração para cavalo".

Na tarde de ontem as amostras de sangue e tecido da zebra Safira, morta na semana passada, chegaram ao laboratório em Belo Horizonte. O responsável técnico pelos exames, Demir Souza, disse que os resultados serão devolvidos à Amma dentro de 15 dias. A morte do animal é investigada por suspeita de envenenamento e a Dema também abriu inquérito para apurar a causa. A zebra também veio do circo Le Cirque.

Plantel


O plantel do zoológico de Goiânia diminuiu desde que o parque foi fechado. No dia 20 de julho do ano passado haviam 581 animais no local, hoje o número é de 520. Neste intervalo 99 bichos morreram, outros 52 nasceram, 14 fugiram e três foram devolvidos ao zoológico de Brasília. Neste período fechado, a Amma também apresentou duas propostas de área para transferência do zoológico, uma na saída para Guapó e outra na saída para Nerópolis.


Fonte: O Popular/ Editoria: Cidades