Alex Hornest abre exposição na Galeria da FAV-UFG

16/08/2010 | 23:07
Renata Dos Santos - O Popular

O sobrenome é estrangeiro, mas Alex Hornest é um artista brasileiríssimo e representa uma geração de talentos contemporâneos que têm chamado atenção com uma obra criativa e inovadora

Esse paulistano de 38 anos abre a exposição Animais de Concreto, na Galeria da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Câmpus 2, nesta terça-feira (17), às 10 horas. O foco vai para suas criaturas que remetem ao ser humano e instigam uma analogia entre cárcere e liberdade.

Hornest descreve que fará três instalações, com esculturas de bichos dentro de caixas, numa alusão à prisão das pessoas na vida corrida do cotidiano. Além das três obras montadas dentro da Galeria da FAV, o artista também vai pintar os mesmos animais (porco, águia e touro) em paredes externas de prédios do Câmpus 2, como o da biblioteca.

“Nestes locais eles aparecem sem as caixas que os aprisionam, como se vivessem livremente”, afirma. Ele adianta que os desenhos e pinturas tridimensionais empregam técnicas de grafite e cores como preto, branco, laranja e vermelho.

O POPULAR acompanhou um pouco do fazer artístico de Hornest na sexta-feira, dia 13, que começou com os “bichos dentro da galeria”. Exibindo cabelos rastafári bem-cuidados e trajando um macacão de um típico operário de obra e tênis estiloso, Hornest e alguns estudantes de artes esbanjavam disposição e harmonia durante a montagem.

Eles manuseavam martelos, pregos, plástico, restos de calhas, telhas de alumínio e madeira reaproveitada. A equipe seguia o croqui de Ernest, desenhado numa folha de papel. O material esparramado no chão se transformava aos poucos em apoio para as criações, num conjunto que teria como suporte caixotes enormes de dois metros e meio de altura.

“Recentemente montei essa exposição em Ribeirão Preto, que levou também galhos na sua construção. O tema e o conceito da série não mudam, mas em cada lugar o resultado é diferenciado”, conta. Hornest salienta que alguns dos fatores que levam ao ineditismo das obras em cada cidade ficam por conta também daquilo que é encontrado para a realização dos trabalhos.

Office boy
O artista há 15 anos vive exclusivamente de sua arte. Suas pinturas custam até R$ 30 mil e estão à venda em galerias como a Thomas Cohn, em São Paulo, e a Jonathan Levine, em Nova York. Seu trabalho também integra o acerco de coleções públicas em museus como o Victoria and Albert Museum de Londres e o MAC de São Paulo.

Ele conta que cresceu no Bairro da Penha, em São Paulo. A trajetória de artista começou a ser traçada quando ainda trabalhava como office boy na capital paulista. “Eu andava pela cidade e ficava fascinado por trabalhos de outros artistas, pelas esculturas de pedra, arte urbana e grafite”, relembra.

Depois da exposição de estreia, a 3ª Mostra de Graffiti, no Museu da Imagem e do Som (SP), em 1994, Hornest emendou dezenas de mostras até o momento, no Brasil e no exterior. Durante sua permanência na FAV, ele fará oficinas de desenho, pintura e intervenções com os alunos.

Exposição: Animais de Concreto, de Alex Hornest
Data: De terça-feira (17) até o dia 10 de setembro
Local: Galeria da Faculdade de Artes Visuais (FAV), no Câmpus 2, saída para Nerópolis
Entrada franca