Exportações goianas batem recorde histórico

Estado tem sido menos atingido pela crise global por causa de sua economia estar centrada no agronegócio

Lídia Borges

07 de junho de 2012 (quinta-feira)

balançacomercial

Por ter uma economia centrada principalmente no agronegócio, Goiás tem sido menos impactado pela crise financeira internacional e isso já reflete diretamente no saldo da balança comercial goiana. Em maio, as exportações bateram o recorde de toda a história do Estado, alcançando US$ 825,4 milhões em produtos comercializados. O valor é 28,3% superior ao de julho de 2008, que até então era o maior registrado no período de um mês, segundo dados divulgados ontem pela Secretaria de Indústria e Comércio (Sic).

Comparado a maio de 2011, o crescimento de exportações é ainda maior: 53%. Sobre abril, o aumento foi de 46,2%. As importações também cresceram em maio, mas num ritmo menor. Foram 23,5% superiores às de abril e 25% sobre o mesmo mês de 2011.

Isso permitiu que a balança comercial goiana fechasse o período com superávit de US$ 295,8 milhões (valor dos produtos exportados menos os importados). De janeiro a maio, o Estado já acumula um saldo de aproximadamente US$ 625,3 milhões, o que equivale a mais do que o dobro acumulado nos cinco primeiros meses de 2011.

Colaborou – e muito – para o saldo positivo da balança goiana, a recente desvalorização do real frente ao dólar, que passou da casa dos R$ 2. Com o câmbio favorável, os produtos nacionais se tornam mais competitivos no mercado internacional. “A melhora do câmbio, junto com a eficiência das empresas locais e a abertura de mercado, com políticas efetivas do governo de Goiás, têm permitido resultados excelentes para o Estado”, afirma o secretário de Indústria e Comércio, Alexandre Baldy.

PRODUTOS

A soja puxou o crescimento das exportações goianas. De abril para maio, o valor de grãos comercializado no mercado internacional aumentou mais de 60%, chegando a R$ 417,1 milhões. As exportações de açúcar também tiveram um salto considerável no período e cresceram em 13 vezes, de um mês para o outro.

A professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Sônia Milagres Teixeira, que coordena o Programa de Mestrado em Agronegócios, ressalta que o fato de as exportações goianas se concentrarem em produtos alimentícios justifica o fato de o desempenho da balança comercial no Estado ser melhor do que no cenário nacional. “O alimento é um bem essencial e consumido no mundo todo. Não vamos parar de vender estes produtos”, frisa.

O técnico da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Edson Novaes, destaca que o agronegócio goiano vem se tornando cada vez mais competitivo e aceito no mercado internacional. Enquanto no Brasil, o setor contribui com 30% a 40% das exportações, em Goiás, essa proporção é muito maior e ultrapassa os 70%.

Estes dados justificam o fato de a balança comercial goiana apresentar resultados muito acima da média nacional. Para se ter uma ideia, de janeiro a maio deste ano, o saldo entre exportações e importações no País recuou 26,5%. Enquanto isso, o saldo da balança em Goiás nos cinco primeiros meses deste ano (US$ 625,3 milhões) foi mais do que o dobro dos valores relativos ao ano passado.

O principal comprador dos produtos goianos é a China, com 39,39% do total exportado. Na sequência, estão a Rússia (8,56%) e a Holanda (8,42%).